Hélder Postiga, ex-internacional português e atual director da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), é a cara do organismo da nova competição de futebol em Portugal, a Liga 3. O antigo jogador falou ao Correio do Ribatejo sobre a importância da competição para os clubes que a integram e a União Desportiva de Santarém (UDS) é o único representante da região nesta liga.
Para o agora director da FPF, a Liga 3 é a antecâmara das ligas profissionais e a via profissionalizante dos clubes amadores. Uma competição que quer promover o ‘Puro Futebol’, através da proximidade dos adeptos e dar grande visibilidade à região através do Canal 11.
Para Hélder Postiga, é de máxima importância que Santarém esteja presente através da UDS na Liga 3, por ser uma capital de distrito e para “cimentar o seu posicionamento no futebol português”.

Como responsável da FPF nesta competição, que expectativas tem para esta nova competição?
A expectativas são muitas e o entusiasmo é tremendo. Esta será a liga da Federação, onde vai haver uma grande aposta e um forte investimento da parte da FPF nesta competição. Queremos que seja uma competição diferenciadora e muito competitiva. O Campeonato de Portugal estava com 96 equipas e nós escolhemos, por via do mérito desportivo, as melhores 24 e queremos elevar o nível de competitividade. Queremos que seja uma liga transparente, credível e que promova os valores da competição. Para isso acontecer vai existir uma carta de princípios que será assinada por todos os agentes, seja o presidente, o treinador, o capitão em representação do plantel e a própria equipa de arbitragem, onde se vão comprometer com os valores da competição. Vai também existir um ranking do ‘Puro Futebol’ que premiará as equipas que promoverem esses valores, as que se “portarem melhor” por assim dizer. No final da época haverá uma tabela que vai elencar os melhores a esse nível, que terão benefícios monetários por parte da federação.
Queremos também que seja uma liga que se envolva com a comunidade, com os adeptos, com a região, com parceiros locais e autarquias que são parte importante do projecto. É esse o grande objectivo da FPF.

É o salto para o profissionalismo?
Estamos na antecâmara das ligas profissionais e queremos aproximar os clubes ao nível profissional. Não é uma liga profissional, mas queremos que seja, por assim dizer, profissionalizante. Mais tarde, vão ter oportunidade de lá chegar e nós queremos que eles se sintam cada vez mais capacitados para dar esse salto. Para que as dores de crescimento sejam menores.

Qual vai ser o modelo competitivo da Liga 3?
São duas séries, uma a Norte e outra a Sul. Com 12 equipas cada uma e onde haverá lugar a luta pela subida à Liga 2 e descida para o Campeonato de Portugal. O modelo tem este formato para que a Liga 3 seja de facto transparente, naquilo que é a subida ou descida dos clubes ás competições.

A União Desportiva de Santarém (UDS), é o único clube que representa o distrito na liga. É importante ter clubes de todos os distritos diferentes?
Santarém é capital de distrito, precisa de um clube forte. Esperamos que o UDS consiga uma equipa competitiva para dignificar a região. São estímulos importantes para um clube que tem vindo a crescer para cimentar o seu posicionamento no futebol português. Faz todo o sentido Santarém ter uma equipa no mapa do futebol português, seguramente está a trilhar esses caminhos e esta competição será o primeiro passo para essa aproximação e essa colocação de Santarém no mapa do futebol nacional. A nossa reunião com a Câmara Municipal de Santarém foi muito positiva nesse sentido. A autarquia está envolvida e percebe a importância que poderá ter na promoção do futebol e do desporto na região, esse é um dos objectivos. A melhoria das próprias infra-estruturas do clube, é um dos requisitos em que a federação quer apostar. Criou um fundo de apoio às infra-estruturas dos clubes que é um ponto importante. É preciso essa melhoria a este nível, também a melhoria dos relvados, iluminação, zonas técnicas e até na própria imagem que nós queremos que apareça no Canal 11. Esta será uma liga com visibilidade nacional. Queremos que tenha um impacto local, mas também queremos também levar Santarém e a UDS ao resto de Portugal. E para que o produto seja bom e atractivo queremos que o estádio tenha boas condições. A liga vai ter uma visibilidade tremenda para os clubes, para os jogadores, treinadores e até mesmo para a região.

Ainda estamos em pandemia, espera que o público regresse já na próxima época na Liga 3?
Sim. O público é essência do futebol, dá dinâmica, dá ruído ao jogo, dá emoção. E esse é o nosso espírito, esperamos que regresse, queremos promover interacção com a comunidade e para isso é necessário publico. O povo de Santarém estar presente no arranque da Liga 3, os adeptos do UDS. Vamos valorizar projectos sócio-pedagógicos que vão existir entre a comunidade e os clubes. Queremos que seja uma competição popular, que exista proximidade. Temos um slogan que é o ‘Puro Futebol’, o puro compromisso e o puro entusiasmo por parte dos adeptos, é isso que queremos promover nesta competição.

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