A Freguesia de Póvoa da Isenta celebrou o seu 103º aniversário, no passado dia 25 de Junho. José João Pedro, presidente da Junta, revela que já se encontram em desenvolvimento alguns projectos para que toda a população, um total de 1045 habitantes, possa usufruir de uma melhor qualidade de vida. “O presidente dos calções e dos chinelos”, como se caracteriza, destacou a concretização de um parque urbano e realçou ainda que o primeiro cinerário do distrito de Santarém vai ser na Póvoa da Isenta.
Quais são as principais metas que a freguesia pretende alcançar neste mandato?
Queremos concretizar um parque urbano. Temos o projecto e já foi aprovado em Assembleia Municipal. É a obra que eu gostava que avançasse pelo menos a partir de Janeiro do ano que vem. Temos tudo.
Temos terreno, temos verba aprovada e cedida pela câmara. É uma obra que se não fosse o município não conseguíamos fazer.
São cerca de 160 mil euros. Um parque que fica junto à escola primária, onde vai ter uma pequena zona verde e um pequeno anfiteatro que liga com a escola. Vai servir a população. Esse parque vai ter acesso directo à escola primária.
Quais são os grandes desafios que a freguesia enfrenta?
Eu nunca tive problemas na freguesia, porque eu faço a gestão de maneira diferente. As grandes obras, de todas as freguesias, são executadas a pedido da junta com o apoio do município. O meu objectivo neste mandato é o BParque, como se vai chamar no futuro. No mandato anterior a minha obra eram os passeios e estão concluídos.
Depois há a gestão diária da freguesia, estou sempre disponível, vou onde os fregueses necessitam que eu vá. É uma gestão diferente. Há quem me chame o presidente jardineiro, o que não é o caso, porque não percebo nada dessas coisas. Gosto de ver as ruas floridas e limpas e tenho feito por isso.
São essas pequenas obras que me dão gozo, porque as outras obras de facto são grandes, mas eu faço a gestão de 365 dias, não faço a gestão de um mandato a pensar numa hora. Todos os dias eu ando na rua e faço um bocadinho daquilo que acho que deve ser feito. Limpeza do cemitério, que é a coisa mais importante que nós temos, tem de ser cuidado todos os dias. Não temos uma única erva no cemitério. Como é o último sítio onde nós vamos estar e uma eternidade tem de estar cuidado.
São estes pormenores que para mim são grandes. Se calhar não devia dizer isto, mas estes pormenores são muito mais importantes do que o alcatrão.
Como é que caracteriza o seu estilo de gestão desta junta de freguesia?
O meu estilo vê-se todos os dias. Sempre fui o presidente dos calções e dos chinelos. A diferença é esta, ando na rua como andava antes de ser presidente. Não coloco uma gravata ou uma camisa por ir a uma reunião de câmara. Se estiver frio visto um fato de treino. Sou um presidente diferente.
O que é que o motivou a querer assumir a presidência de uma juntas de freguesia e também um cargo político?
Querer ser diferente. Eu entendia que a gestão, que sempre foi boa, mas a minha iria ser diferente. Tivemos o presidente Valbom, durante 30 anos, fez um excelente trabalho depois do 25 de Abril. Eu sempre fui um presidente à frente. Eu via as coisas realizadas, antes de elas estarem concretizadas.
Mas a todos os níveis, mesmo a nível físico, como a nível de cultura, desporto ou tempos livres. Se formos visitar o nosso parque verde, chegamos lá e tem-se qualidade de vida. As pessoas não querem frequentar o parque. Chegámos à conclusão há um mês e pouco que foi frequentado, o ano passado, durante 36 semanas. E durante esse período não foi frequentado num fim de semana por uma pessoa da Povoa da Isenta. Não tenho pretensões em ser autarca, tenho pretensões a ajudar sempre os meus amigos.
Como é que gostaria de ver a freguesia daqui a 10 anos?
Com mais qualidade de vida, mas tudo depende dos futuros autarcas e dos apoios que venham do Estado ou da Câmara Municipal.
Espero que os próximos autarcas sejam no mínimo iguais, ou melhores que eu. Ficava muito agradado que tivessem também uma visão diferente da minha. A Isenta é uma terra com dignidade. Temos alguns problemas na freguesia a nível de pecuárias, mau cheiro e mosquitos, e se um dia conseguirmos com o apoio da CE deslocar a pecuária existente na freguesia, se calhar conseguiríamos mais qualidade de vida. Queria falar também de outra obra que para mim é importante. Nós temos na freguesia um cemitério cuidado, mas existe um problema quando se fala em cremação.
O Município de Santarém tem um crematório, não sei se os autarcas de Santarém repararam, mas não existe um cinerário, ou seja, um cemitério só para cinzas, no concelho. Não existe em Santarém, nem no concelho de Almeirim e do Entroncamento, que têm também crematório. Na Isenta há pessoas que estão a ser cremadas. Fiz um projecto para a realização de um cinerário e fui à Câmara Municipal. Em breve vamos ter no nosso cemitério um cinerário, que vai estar pronto até ao final do ano. Vai ser o primeiro do distrito de Santarém com 64 espaços para as urnas das cinzas resultantes das cremações.