O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC) denunciou que cerca de 1.000 pessoas perderam o emprego em Fátima.

“As 170 unidades hoteleiras de Fátima são responsáveis por cerca de 2.000 postos de trabalho. Cerca de 50% dos trabalhadores são efectivos e os outros contratados a prazo e muitos no período sazonal. Portanto, cerca de 1.000 terão perdido o emprego”, denunciou o presidente do STIHTRSC, António Baião.

O dirigente sindical alertou ainda que na restauração é mais difícil saber os números de trabalhadores que perderam o emprego, uma vez que “existe mais clandestinidade e trabalho não declarado”.

“A muitos, os patrões disseram-lhes vão para casa, metam baixa médica ou licença sem vencimento, porque os chamaremos. Sabemos que muitas unidades de restauração já abriram e muitos desses trabalhadores não foram chamados”, disse.

António Baião criticou ainda que Fátima, onde muitas unidades hoteleiras e instituições particulares de solidariedade social (IPSS) são geridas por “padres e freiras”, “não respeitem os direitos dos trabalhadores”.

“Numa reunião que tivemos com o senhor bispo, António Marto, este assumiu o compromisso sério de que ia interceder junto dos directores das IPSS e dirigentes das unidades hoteleiras para que houvesse alteração do comportamento social com os trabalhadores”, revelou António Baião, lamentando que a situação não se invertesse.

O dirigente apontou que “existem nestas unidades muitas situações de assédio laboral e de alteração de horários de trabalho, situações que são gravosas e feitas por instituições que são geridas pela igreja católica”.

“Nada nos move contra a igreja católica. O sindicato apenas se preocupa com os direitos dos trabalhadores. Combatemos e denunciamos as práticas erradas de alguns padres e freiras, que se nos dirigem com palavras como solidariedade, fraternidade e respeito pelo próximo, que depois não são praticados”, lamentou ainda a dirigente sindical Helena Cardinali.

A dirigente denunciou também que, em algumas IPSS, se verificaram “situações gravíssimas, de pessoas que estiveram 15 dias sem saírem da instituição e sem condições para descansarem”.

“Estavam como prisioneiras a trabalhar 24 sobre 24 horas, sem direito a estarem com a família e a ter vida própria”, referiu.

António Baião disse ainda que o Santuário de Fátima “terá revertido a posição do despedimento colectivo por despedimentos por mútuo acordo”.

“Há pessoas com idade mais avançada que estão a ser chamadas e pressionadas para rescindir por mútuo acordo. O processo está a fazer-se de outra forma. Além dos 50 trabalhadores, muitos mais também estão a ser contactados. É uma imagem que a igreja católica está a passar para a sociedade portuguesa que não deve dar. Já basta aquilo que fazem as empresas privadas que querem o lucro”, frisou o presidente do sindicato.

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