A Diocese de Santarém realizou este domingo, dia 06 de Junho, a assembleia pré-sinodal, dando a conhecer a síntese final do processo de auscultação lançado pelo Papa Francisco, uma oportunidade de diálogo e aprendizagem.
“Há uma aprendizagem com este processo, foi uma escuta importante, na pedagogia que teve e pelo relacionamento de oração e de reflexão”, referiu D. José Traquina, bispo de Santarém.
O responsável católico destacou a experiência “muito positiva”, que vai para lá do documento de síntese, falando num momento de “especial relevância” para toda a Igreja, como tempo de escuta “das bases”.
D. José Traquina disse ter encontrado “testemunhos enormes de fé” e “preocupações” com o futuro e a missão da Igreja.
O encontro deste domingo, solenidade de Pentecostes, começou no Convento de São Francisco e encerrou-se com a Eucaristia, na igreja de Santa Clara.
O bispo de Santarém realçou a necessidade de criar “comunhão e unidade na diversidade”, com as várias sensibilidades.
“Eu acredito que aquilo que se está a passar é a presença do Espírito na Igreja, para bem do mundo”, acrescentou.
A equipa de coordenação diocesana, constituída pelo padre Pedro Miguel Castro Marques e Maria Carlos Semedo Ramos, orientou a receção e execução dos trabalhos do Sínodo 2021-2023.
O sacerdote disse que “muitas comunidades manifestaram o desejo de continuar” este trabalho, após a fase diocesana.
Quanto à síntese final do processo de auscultação, o padre Pedro Miguel Castro Marques acredita que “não vai ficar na gaveta”, falando num “documento de trabalho, de reflexão, de partilha nas comunidades”.
Maria Carlos Semedo Ramos evoca o “difícil” exercício comunitário de escutar e a “coragem” de falar, a que a Igreja Católica foi desafiada pelo Papa Francisco, desde outubro de 2021.
“Podemos dizer que a larga maioria dos grupos passou por seis grandes temáticas”, numa dinâmica desenvolvida a nível vicarial, apontou.
Para a responsável da Diocese de Santarém, este foi “um processo novo, difícil, ao princípio, mas que foi muito importante”.
“Mais do que um ponto final, é um ponto de partida”, assinalou.
Inácia Rodrigues, coordenadora na Vigararia de Alcanena, também admitiu “dificuldades” em promover encontros num período ainda marcado pela pandemia, mostrando-se satisfeita com o trabalho realizado nestes meses.
“Houve discussão, acesa e saudável, muito saudável”, relatou, desejando que esta dinâmica possa continuar, a partir das próprias paróquias.
Simão e Maria Mira, coordenadores da Vigararia de Santarém, recordaram o desafio inédito lançado pelo Papa de levar o Sínodo à porta de cada comunidade católica.
“Foi tudo muito estranho no início”, afirmou Maria Mira, sublinhando o dinamismo de encontro e debate marcado pelo entusiasmo dos participantes.
José Casimiro e Maria dos Anjos Pereira, coordenadores vicariais de Tomar, observaram, por sua vez, a necessidade de mais espaços de diálogo, num exercício sinodal que encontrou “resistências”.
“As pessoas estão muito habituadas a juntar-se para organizar coisas, mas quando se pede para falarem, para refletirem sobre o que é a Igreja, é realmente um desafio muito grande. Foi esse o grande contributo deste processo”, indicou José Casimiro Pereira.
A primeira fase do processo sinodal lançado pelo Papa, em outubro de 2021, decorre nas várias dioceses portuguesas, que preparam uma síntese do trabalho realizado a nível local; estes contributos são confiados à Conferência Episcopal.
HM/OC