O Teatro Sá da Bandeira recebeu no sábado, 11 de Janeiro, o Quarteto Contratempus com o espectáculo “Simplex”, uma ópera cómica multimédia que relaciona um projecto de cenografia digital interactiva com os intérpretes.
“Simplex”, descrito como uma “ópera cómica multimédia interactiva”, colocou em cena no Teatro Sá da Bandeira, os desafios trazidos pela tecnologia numa aldeia do “interior do interior” do país.
Uma encenação de António Durães, com libreto de Carlos Tê e José Topa e co-produzida pelo Quarteto Contratempus/Teatro Municipal do Porto, que leva o espectador até à recôndita Vila Velha do Pinheiro, cuja Junta decide implantar métodos revolucionários e múltiplos avanços tecnológicos.
Um dos temas centrais, desta ópera, é a forma como a tecnologia retira as pessoas “da sua zona de conforto”, sobretudo “os mais velhos”, mas também a falibilidade da própria tecnologia e propostas inusitadas, como “caixões que tocam Bach nos primeiros sete dias”, uma paródia “de quem se faça sepultar, na vida real, com telemóveis carregados”.
Em Vila Velha do Pinheiro, cruza-se o autarca local, o norte-americano B Jobs, saído de Silicon Valley e da cultura de empreendedorismo e ‘startups’, e a francesa Geneviève, uma jornalista que traz “a paixão”, mas também uma capacidade de “colocar a desgraça no centro da vida das pessoas, o espectáculo mais degradante da condição humana”.
“Simplex” foi interpretado pela soprano Teresa Nunes e pelo tenor Miguel Leitão, além dos músicos: o clarinetista Crispim Luz, a violoncelista Susana Lima e o pianista Sérgio de A.
Foto: Luísa Freixo