O projecto da Tejo Energia submetido a concurso para a conversão da central do Pego, em Abrantes, prevê a produção de electricidade a partir de biomassa, numa primeira fase, sendo complementado com energia solar fotovoltaica e eólica.

Em declarações à Lusa, fonte oficial da Tejo Energia, a empresa que explorava a central a carvão do Pego, confirmou a entrega de uma candidatura à transformação daquele espaço num novo centro de produção de energia verde em Abrantes, na região do Médio Tejo, tendo afirmado que “o projecto não difere muito do que já era conhecido e que passa pela biomassa, sendo complementado por energia solar e eólica”.

A TrustEnergy, accionista maioritário da Tejo Energia, na sequência das políticas de descarbonização nacionais e do anunciado encerramento da central a carvão em Novembro de 2021, já havia anunciado em Maio daquele ano as intenções para aquele espaço.

Na altura, disse à Lusa que “a melhor opção” não seria o “desmantelamento da estrutura, mas o desenvolvimento de um ambicioso projecto de transição justa da Central Termoeléctrica do Pego para um Centro Renovável de Produção de Energia Verde nas suas várias formas”, num projecto que passaria pela “electricidade, hidrogénio e outros gases renováveis a partir de diversas fontes primárias de energia local, como a solar, eólica e resíduos florestais”.

O presidente executivo da TrustEnergy afirmou então que, após o final da produção de energia eléctrica a carvão, a Tejo Energia poderia “produzir energia eléctrica nas actuais instalações, através da utilização de forma sustentável de resíduos florestais torrificados quando não houver no país produção de origem solar nem eólica”.

Desta forma, sublinhou José Grácio, “o sistema poderá contar com uma solução de 600 MW de energia despachável renovável para garantir o ‘back-up’ à rede eléctrica”, uma “tarefa importante tendo em conta a cada vez maior penetração de energias intermitentes e a saída de 1.800 MW de carvão do sistema (Sines e Pego) em só 10 meses”, notou o gestor, tendo ainda destacado “a limpeza das florestas através da utilização de resíduos florestais que, embora em quantidade limitada, produzem regularmente incêndios” na zona onde a Central se insere.

Segundo o responsável, este projecto que a empresa quer implementar “constituirá um caminho sustentável e de futuro” e visa “transformar uma ameaça”, que seria o encerramento da central, “numa grande oportunidade para a região e para o país”, com a sua reconversão funcional.

Na informação hoje prestada à Lusa pela Tejo Energia sobre a candidatura apresentada a concurso, é referida a produção de electricidade a partir de diversas fontes primárias de energia local, como a solar, eólica e resíduos florestais.

A Tejo Energia é detida pela TrustEnergy (56%), um consórcio constituído pelos franceses da Engie e os japoneses da Marubeni, e pela espanhola Endesa (44%), empresas que exploram a central localizada em Pego, a 150 quilómetros de Lisboa, com o sócio minoritário a apresentar uma candidatura alternativa.

O concurso público para a atribuição do ponto de injecção da Central Termoeléctrica do Pego, em Abrantes, que encerrou o prazo para recepção de candidaturas na segunda-feira às 23:59, recebeu seis propostas, da Tejo Energia SA, EDP Renováveis, Greenvolt, Endesa – está presente também na Tejo Energia (enquanto accionista)-, Brookfield Ltd & Bondalti SA e Voltalia SA, anunciou o Governo, na terça-feira.

O fim da produção de energia a carvão da central termoeléctrica da Tejo Energia estava oficialmente marcado para 30 de Novembro de 2021, mas com o esgotamento dos ‘stocks’ de carvão na empresa, no dia 19 de Novembro, a central já não foi reactivada.

O Governo iniciou um processo de concurso público para a atribuição do ponto de ligação à rede eléctrica, que abriu o prazo para recepção de candidaturas em 20 de Setembro.

A central é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 MW a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em actividade, com contrato válido até 2035, recordou o executivo.

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