O GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, em parceria com o Instituto Politécnico de Santarém (IPSantarém) organizou, no passado dia 14, um Workshop com o tema “O jornalista e os desafios de escrever sobre os rios”, para o qual convidou um painel de especialistas em ambiente, entre os quais Pedro Teiga, doutorado em Engenharia do Ambiente pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

De acordo com o engenheiro ambiental, enquanto seres vivos, os cidadãos fazem parte das transformações espoletadas pelas alterações climáticas, sendo responsáveis por decisões que influenciam, entre outros aspectos, a qualidade da água dos rios e dos produtos e bens que dependem da mesma, como é o caso dos alimentos.

“É fundamental trabalhar com a comunidade”, afirmou o investigador, considerando que uma “boa comunicação” deste assunto é “essencial para que as pessoas tomem consciência da importância de preservar o meio ambiente” e, em particular, os cursos de água.

Pedro Teiga acredita que o ser humano está perante uma mudança de paradigma em termos de mentalidade, devendo, por isso, estar atento aos eventos da natureza.

Da sua experiência no Projecto Rios, sabe que quase tão importante como o saber técnico é o envolvimento da comunidade nestas acções. Por esse motivo, neste processo são incluídas sessões de participação pública, para que as pessoas compreendam o que vai acontecer e por que vai ser feito.

Afinal de contas, são elas que vão também usufruir do resultado final.

O Projeto Rios, segundo explicou, é um projeto de participação social, que visa a adopção e monitorização de um troço de 500 metros de rio ou ribeira. Deste modo, promove a sensibilização da sociedade civil para os problemas e premente necessidade de protecção e valorização dos ecossistemas ribeirinhos, fomenta e incentiva processos participativos e reforça, nos grupos

sociais, a vontade de contribuir para a sustentabilidade local e a reabilitação dos sistemas fluviais.

“Temos que descobrir a linguagem natural dos Rios”, disse o especialista neste Workshop que visou tornar o tema “rio” e os desafios à sua conservação e reabilitação um tema “interessante e motivador”.

“Todos têm que fazer parte da solução e, para isso, é necessário que exista difusão de conhecimento”, concluiu.

Esta foi a proposta que o programa Rios Livres GEOTA lançou a jornalistas, estudantes de Comunicação Social; Educação Ambiental e ao público em geral neste encontro que decorreu no auditório da Escola Superior de Educação de Santarém.

Neste encontro marcou presença Nuno Russo, vereador do Município de Santarém com o pelouro da protecção Ambiental que se tem empenhado nesta questão, em particular na remoção de uma barreira fluvial no Rio Alviela.

A equipa do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Município de Santarém, teve a visão de implementar em Portugal a tendência europeia de remoção de barreiras obsoletas ou abandonadas que perderam o seu uso, seguindo a “World Fish Migration Foundation – Connecting fish, rivers and people”.

Este projecto foi possível, graças às sinergias e promoção de cooperações institucionais criadas com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente e o Município de Alcanena, com as Juntas de Freguesia do concelho de Santarém e com o GEOTA e proprietários.

O GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) é uma organização não-governamental fundada em 1971. Foca-se na defesa do ambiente, promovendo acções e estudos relacionados com o ordenamento do território, conservação da natureza, utilização sustentável dos recursos naturais, entre outras áreas ambientais e tem desempenhado um papel importante na sensibilização pública e na defesa de políticas ambientais em Portugal.

Filipe Mendes

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