A NERSANT e o Agrocluster Ribatejo têm vindo a dinamizar na região de Santarém o Bio-Ware, projecto de promoção para a bioeconomia que realizou na região diversas acções de sensibilização para as empresas em torno do conceito. A sessão, que iniciou pela apresentação das diversas actividades realizadas ao longo da implementação do programa – desde estudos de benchmarking, workshops, roadmap tecnológico, sessões de mesa redonda e um website que funciona como uma montra de bioprodutos – deu a conhecer ainda alguns exemplos casos de sucesso de empresas que trabalham nesta área, como a FermALG, que aposta na comercialização de microalgas como um dos produtos com maior potencial na alimentação humana, animal e cosmética, da A4F, que trabalha na área da investigação e desenvolvimento de projectos de bioengenharia para a produção industrial de microalgas e ainda da VALORBIO, projeto de I&D do Instituto Politécnico de Tomar que aposta na valorização de resíduos através de zonas húmidas construídas modulares usadas para tratamento de águas residuais.
Para além das temáticas apresentadas, mereceu destaque a apresentação sobre o tema Food Defense, explanado por Rita Porto, da SGS. Um conceito que aborda todas as actividades para prevenir a contaminação acidental ou intencional dos produtos alimentares por agentes biológicos, químicos, ou radioactivos no decorrer da sua produção e distribuição. Associado a este conceito, estão, entre outros, a fraude alimentar, a segurança e a qualidade alimentar que importam ser discutidos de forma a garantir a não adulteração dos produtos alimentares ao logo da cadeia produtiva e obter assim quantidades de produtos confiáveis e com qualidade para um consumidor cada vez mais exigente e informado, num mercado nacional e internacional competitivo.
Na sua intervenção, Rita Porto explicou que o conceito ganhou escala aquando dos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos da América, tendo, este país, desta forma, largamente implementadas e regulamentadas as medidas de defesa alimentar, “o que não acontece nem na Europa, nem em Portugal”, disse. No entanto, a profissional explicou a implementação de metodologias de “defesa alimentar” devem fazer parte da rotina das empresas, em especial aquelas que abordam os mercados internacionais. Apresentou, por isso, algumas dicas para a inclusão deste tipo de metodologias e medidas de protecção para as empresas. “Este é um tema muito importante para a cadeia de fornecimento. As medidas de protecção devem estar bem implementadas para assegurar a produção dos alimentos quanto à proteção da contaminação intencional e maliciosa, sabotagem, bioterrorismo e outros pontos de vulnerabilidade às organizações”, alertou Rita Porto.