Terá lugar no dia 1 de Maio, às 10h30, a inauguração e visita inaugural do núcleo museológico da Central do Caldeirão e requalificação patrimonial do moinho e lagar do Caldeirão.

Este novo núcleo resulta da recuperação da antiga Central Hidroelétrica, responsável pela produção e distribuição de energia elétrica, em Torres Novas, desde as primeiras décadas do século XX. A colecção de arqueologia industrial original foi intervencionada e recuperada, constituindo agora um repositório de memórias da vila operária de Torres Novas.

Para este trabalho, contou-se com os testemunhos dos antigos funcionários da Central e foram salvaguardadas as características arquitetónicas do edifício, bem como a recuperação de maquinaria existente. O edifício tem ainda condições para acolher acções culturais e de dinamização social e económica, incluindo um restaurante, um espaço multiusos para espetáculos, serviços e jardim exterior com vista para a tarambola.

Do programa de inauguração fazem ainda parte as visitas livres ao espaço museológico (das 13h às 15h e das 18h às 20h), visitas orientadas mediante marcação prévia, das 15h às 17h (máximo 30 entradas por visita; marcações através do email agenda.museu@cm-torresnovas.pt ou 248.812 535); e um concerto de Nelson Conceição, às 18h30, na black box do edifício (levantamento gratuito de bilhetes no próprio dia na receção da Central do Caldeirão; máximo de 2 bilhetes por pessoa; lotação limitada a 80 lugares).

A Central do Caldeirão foi responsável pelo processo de produção e distribuição da iluminação pública de Torres Novas. Na sua fase inicial, 1923-1932, este processo foi protagonizado por José Manuel Ferreira [Júnior] (1874-1948), natural do concelho de Famalicão, que negociou e adquiriu as primeiras turbinas. Numa segunda fase, 1933-1953, a empresa constituiu-se como sociedade por quotas e passou a designar-se Empresa Industrial de Electricidade do Almonda (EIEA), ganhando a concessão de fornecimento de energia elétrica no concelho de Torres Novas. Durante este período, foi inaugurado o novo edifício da central (1940), pelo arquiteto António Rodrigues da Silva Júnior, tendo a gestão ficado a cargo da família Tavares.

Finalmente, entre 1954-1984, foi renovada a concessão do fornecimento de energia elétrica por mais três décadas e, durante este período, a empresa passou por vários reajustes e, após o 25 de Abril de 1974, por um processo de nacionalização negociado com a EDP. A este processo não foi alheio o Município de Torres Novas que, impulsionado pelo papel ativo da Associação de Defesa do Património de Torres Novas, manteve o interesse de conservar e valorizar o património museológico industrial desta unidade de produção que marcou várias gerações de operários e que foi importantíssima para o desenvolvimento de Torres Novas durante o século XX.

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