O tema da Transição Digital foi debatido em Plenário no passado dia 21 de novembro, sendo esta uma questão transversal a toda a Sociedade. O mundo mudou e também as políticas públicas têm que mudar para acompanhar a evolução tecnológica, que corre a grande velocidade. A digitalização da economia é uma necessidade, sendo que as medidas de financiamento e apoio devem estar vocacionadas também para as nossas PMES, que são parte crucial do nosso tecido empresarial. Todas, sem excepção, devem contar com o apoio para se transformarem a nível digital, crescendo e oferecendo as respostas mais adequadas que o mercado exige, independentemente da região onde estão implementadas. Não há empresas de primeira ou de segunda.

Pela pertinência deste dossier, o atual Governo apresenta, pela primeira vez na sua estrutura orgânica, uma pasta na área do digital. Trata-se de uma abordagem necessariamente transversal da sociedade, onde a economia e o crescimento económico devem ser

centrais. Deste modo, a decisão do Governo em estabelecer, no seu programa de Governo, a Transição Digital como um desafio estratégico deve ser saudada uam vez que esta postura coloca-nos em linha com o que já está a ser desenvolvido nos mais diversos

sentidos neste domínio.

Portugal apresenta, nos dias de hoje, uma economia inovadora, tendo-se assistido, nos últimos quatro anos a uma mudança de estratégia que – felizmente – conseguiu inverter o empobrecimento, mesmo sendo dito, recorrentemente, pelos partidos da oposição que a inovação da economia não eram competência do Governo. Os resultados mostram outra verdade, sendo que Portugal continua a apresentar dados de crescimento económico acima da média europeia, contraindo o período onde devíamos ir sempre além da troika e onde a inovação e a transição digital não foram, de todo, uma prioridade. Considero que a transição digital é mesmo uma das principais formas de garantir mais e melhor crescimento, uma meta a que nos propomos.

As metas a que o Partido Socialista se propõe são claras e possíveis de alcançar um volume de exportações equivalente a 50% do PIB na primeira metade da próxima década e atingir um investimento global em I&D de 3% do PIB em 2030. Este modelo de desenvolvimento é possível com a criação de mais valor acrescentado e aposta na inovação, o que muito bem – e em diversos setores de atividade – se tem realizado, estimulando que a digitalização contribua para a criação de cadeias de valor e, simultaneamente, para a internacionalização da nossa economia.

A capacitação digital passa também pela preparação e capacitação das nossas empresas, através do programa Indústria 4.0 que é um programa inovador e com capacidade ajudar Portugal a acelerar a convergência económica. O objetivo apresentado neste programa passa por requalificar cerca de 200 mil trabalhadores, sendo que essa cadeia de valor, chegará a cerca de 20 mil empresas. Esta abordagem permite ganhos no crescimento económico estudado na casa dos 1,8% e nas exportações de 2.0%.

A modernização, a robustez do nosso tecido empresarial, a sua força de trabalho e as instituições associadas são por isso cruciais, sendo estimado que cerca de 75% das empresas necessitem de apoio nesse projeto de digitalização.

Portugal é visto internacionalmente como um exemplo a seguir, como demonstra o programa StartUP Portugal que se foca no ecossistema, financiamento e internacionalização, permitindo a atração de empreendedores mais dinâmicos e da mão de obra mais

qualificada. Outro exemplo de como somos reconhecidos internacionalmente na área digital é o WEBSummit, evento que contou com mais de 70 mil pessoas, um crescimento de 16% face a 2016, com a presença de 1500 investidores e mais de 200 stratups.

A aposta no investimento tecnológico é, por todos estes motivos, uma bandeira que devemos continuar a trilhar. A transição digital é um desafio estratégico do atual governo que todos, sem excepção, devemos abraçar.

Hugo Costa – Deputado do PS eleito por Santarém

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