Tenho um amigo que compara as festas de Abril com as de Dezembro, a semana entre o 25 de Abril e o 1.º de Maio com a semana que separa o Natal do Ano Novo. No Natal celebramos com a nossa família, no Ano Novo com os nossos amigos, no 25 de Abril celebramos a democracia, no 1.º de Maio a luta de quem trabalha.

A revolução democrática conferiu ao mês de Abril um papel central na nossa vida contemporânea. Abril tornou-se o mês da democracia, os valores de Abril são os valores da democracia, Abril é o mês da Constituição que deu forma de lei fundamental às conquistas da Revolução.

Quis o destino que uma instituição já centenária como o Correio do Ribatejo faça anos em Abril. Fica-lhe muito bem este mês. Juntamos com gosto às demais celebrações o aniversário do Correio do Ribatejo. Num tempo de se acentua a concentração e a mercantilização dos grandes meios de comunicação social, em que a competitividade não se traduz em diversidade mas em padronização e em que a luta pelas audiências e pelos anunciantes se traduz em imitação, degradação e promoção de populismos, a existência de órgãos de comunicação social como o Correio do Ribatejo que cultivam os valores do pluralismo informativo, da proximidade e da ligação às pessoas e aos interesses da comunidade, é um enorme valor, não apenas para preservar, mas para desenvolver.

É por isso um gosto poder colaborar com o Correio do Ribatejo. Abordar um assunto de politica geral, nacional ou internacional, na convicção de que possa ter interesse para os leitores, mas poder abordar um tema de interesse local ou regional com a certeza de que os leitores saberão do que se trata porque diz respeito ao local onde vivem ou trabalham.

Comemoramos mais um aniversário do Correio num ano muito particular. Quando, há um ano atrás, já nos encontrávamos em situação de confinamento, não saibamos que passado um ano ainda estaríamos sujeitos a medidas que limitam o modo natural de vivermos as nossas vidas e que, para além disso, tem consequências trágicas para tantos de nós, com a perda de familiares e amigos, ou com a perda de empregos ou rendimentos.

Na situação difícil que o país atravessa é um dever dos responsáveis políticos fazer tudo o que esteja ao seu alcance para que ninguém seja deixado para trás. Os portugueses que passam por dificuldades não podem aceitar que haja todo o dinheiro do mundo para o Novo Banco e não haja dinheiro para apoiar quem precisa mesmo de ser apoiado. Se os apoios faltarem, não é por falta de Orçamento que o permita.

António Filipe – Deputado do PCP eleito por Santarém

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