A Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo apresentou hoje um orçamento de 203 milhões de euros (ME) e eixos estratégicos para 2024, com 19 “ações de melhoria” e 32 medidas prioritárias para “ganhos de saúde e eficiência”.
Numa apresentação realizada hoje em Tomar sobre os objectivos para 2024 da ULS do Médio Tejo, entidade que agrega desde o início de 2024 os cuidados de saúde primários de 11 municípios e as unidades hospitalares de Abrantes, o presidente da entidade, Casimiro Ramos, disse tratar-se de um modelo organizacional que confere “mais acesso e inovação”.
Além disso, acrescentou, há uma “maior integração e humanização dos cuidados de saúde”, com “o doente no centro de todo o sistema” de saúde.
Em declarações à Lusa, o presidente do Conselho de Administração da ULS disse que para este ano “foram definidos cinco eixos estratégicos, 19 ações de melhoria, e traçadas 32 medidas prioritárias”, desenhadas “pelos próprios profissionais, com contributos de autarcas e comissão de utentes”, e cuja implementação “levará a ganhos de saúde e eficiência para a população”.
“A ULS passou a agrupar as unidades hospitalares e as unidades de cuidados primários e o orçamento para toda esta organização, em 2024, ronda os 200 ME”, indicou o gestor da instituição criada no âmbito de uma reestruturação do modelo organizativo de prestação e cuidados do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A ULS do Médio Tejo integra 2.780 trabalhadores, nas mais diversas carreiras e grupos profissionais, três hospitais e 35 unidades funcionais de cuidados de saúde primários, dando resposta direta a cerca de 170.000 utentes.
Relativamente aos projetos que estão contemplados no plano de desenvolvimento” da ULS Médio Tejo, o responsável destacou “a internalização de grande parte das análises clínicas, radiologia convencional e TAC dos utentes do Médio Tejo”, que já está em curso “com a instalação de postos de recolha para análises clínicas em fevereiro em oito unidades de cuidados de saúde primários”.
Esta medida “vai permitir poupanças de 1,5 ME” em 2024, além de uma maior proximidade aos utentes, acrescentou.
Casimiro Ramos revelou também que na área de influência da ULS Médio Tejo existem cerca de 50 mil utentes sem médico de família, 27% da população, sendo este “o problema mais complicado” da unidade, a par do aumento do número de aposentações e da dificuldade em fixar novos clínicos.
Ao nível dos cuidados hospitalares, o gestor destacou a importância dos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI), tendo o primeiro CRI constituído no Médio Tejo sido para a Ortopedia.
Em 2024, a ULS Médio Tejo pretende também apostar na criação do Hospital de Dia e Consulta de Insuficiência Cardíaca, “diminuindo a pressão sobre o Serviço de Urgência”.
Outro eixo prioritário será a Investigação e Desenvolvimento, como “forma de afirmação e captação de talento”, estando agendada para fevereiro a inauguração do centro de investigação da ULS Médio Tejo.