As comissões de utentes do Médio Tejo reivindicaram hoje em Abrantes a necessidade de “reforço do investimento” na saúde, nomeadamente em recursos humanos, e nos serviços públicos da região, para “melhorar a qualidade de vida” da população.
“São propostas e são reivindicações porque dizem muito respeito à população, têm alguma simbologia para Abrantes, e representam uma mais-valia em termos humanos e em termos sociais”, disse hoje à agência Lusa Manuel José Soares, porta-voz das comissões de utentes da saúde e dos serviços públicos do Médio Tejo, em conferência de imprensa que decorreu à entrada do hospital de Abrantes.
“Realizamos esta iniciativa frente ao Hospital de Abrantes, porque este local é o fim da linha, um dos últimos recursos para muitos problemas de saúde, sociais e pessoais”, afirmou, tendo feito notar que ali “exercem a sua atividade muitas centenas de trabalhadores, em muitos serviços que são referência regional”, tendo elogiado o “arranque das obras no serviço de Urgência” e reivindicado o “funcionamento permanente” da maternidade.
Segundo declarou Manuel Soares, os utentes “querem hoje reafirmar que continuam alerta para que as questões relativas à maternidade sejam resolvidas e que funcione permanentemente, a exemplo de alguns bons serviços que aqui funcionam”.
O representante dos utentes alertou ainda para a necessidade de “mais recursos humanos, devidamente recompensados, em termos de condições de trabalho e em termos salariais”, tendo afirmado que segundas propostas em cima de mesa não têm vindo a resolver a colocação de profissionais”, como entendeu ser preciso.
“Todos os esforços devem ser feitos, inclusive a contratação de médicos estrangeiros, no sentido de haver médicos de família para todos”, defendeu,
Os utentes de saúde e serviços públicos do Médio Tejo defenderam hoje também a “criação de uma rede pública de lares”, que permita apoiar os mais idosos e mais desfavorecidos, e o “reforço do apoio às instituições particulares de solidariedade social”, para manterem e reforçarem o trabalho que desenvolvem.
O “reforço das ações de saúde pública com campanhas específicas”, como a diminuição da sinistralidade rodoviária, a “promoção da literacia em saúde”, o “funcionamento regular de todas as extensões de saúde nas zonas rurais”, o “melhorar as telecomunicações e os transportes inter-hospitalares”, são outras das ideias defendidas pelos utentes.
Ao nível dos serviços públicos, as comissões de utentes defenderam hoje investimentos ao nível da mobilidade, ferroviária e rodoviária, que inclua um “plano de intervenção nas estradas secundárias para reforçar as condições de segurança”, a “valorização extraordinária das pensões mais baixas e atualização de outras prestações sociais”, e a “recusa das propostas públicas sobre aumentos de 40% nos tarifários da água e saneamento”.
Os utentes alertaram ainda, ao nível de serviço postal e telecomunicações, para a necessidade de uma “distribuição atempada e regular da correspondência”, da “melhoria das condições técnicas de acesso a telecomunicações” e da “remoção de cabos de telecomunicações não activos”, tendo defendido ainda que “os trabalhadores dos serviços públicos também precisam de melhores condições salariais, de trabalho e de formação profissional”, a par de, ao nível das energias, da “redução para 6% do IVA do gás, eletricidade, e combustíveis”.
Tendo defendido que “continua a ser fundamental a intervenção dos utentes e das suas estruturas para se irem melhorando os serviços públicos”, Manuel Soares indicou “as obras na urgência de Abrantes e a abolição de portagens” como “dois exemplos de que a actividade dos utentes não deve ser menosprezada”.
“Este é um trabalho reivindicativo que queremos seja contínuo e estamos aqui para dizer à opinião pública e às entidades responsáveis que não esquecemos de um conjunto de situações que têm a ver com os serviços públicos”, concluiu.