Os municípios de Mação e Abrantes criticaram hoje algumas ‘zonas sombra’ na rede de acesso à internet, afirmando que há alunos com problemas em aceder às aulas à distância por o sinal ser fraco ou inexistente.

“Quando confrontados com esta necessidade de, por um lado, alguns alunos não terem computadores, decidimos comprar computadores, depois somos confrontados com o facto de muitos deles não terem acesso à internet e fomos comprar bandas largas e equipamentos para aceder à internet, seguido agora de outro problema que é a rede móvel não existir naqueles locais”, disse hoje à Lusa Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação.

Segundo o autarca, estão em causa no concelho a que preside cerca de duas dezenas de alunos de localidades como Envendos, Carvoeiro, Pereiro e Queixoperra que, até ao momento, continuam sem acesso às aulas à distância e à internet por falta de rede de satélite ou fibra óptica, realidade que o município “vai tentar colmatar com outras soluções para resolver o problema e para que os alunos tenham todos as mesmas oportunidades”.

Vasco Estrela, também vice-presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo, disse que esta “é mais uma demonstração do país desigual” que existe.

Os 13 municípios do Médio Tejo adquiriram 750 computadores portáteis para entregar às escolas e aos alunos carenciados no âmbito do ensino à distância, um investimento na ordem dos 260 mil euros, tendo o processo de distribuição dos equipamentos informáticos aos municípios e Agrupamentos de Escolas da região começado na terça-feira.

Em declarações à Lusa, o secretário executivo da CIM Médio Tejo, Miguel Pombeiro, deu conta que “os computadores portáteis não têm acesso acoplado à internet, sendo as autarquias que, caso a caso, vão adquirindo consoante as necessidades dos alunos e da cobertura das operadoras”, havendo “zonas sombra” em alguns territórios.

“Há alguns pequenos lugares no território com zonas sombra em termos de cobertura de rede internet e os municípios estão a tentar resolver caso a caso, através de descodificadores ou pacotes de acesso à internet por satélite”, disse aquele responsável.

Em Abrantes, o problema existe em localidades como Bemposta, Sentieiras, Brunheirinho, Pucariça, Vale das Mós, Água Travessa ou Aldeia do Mato, todas com sinal fraco ou inexistente, revelou a vereadora da Educação.

“Temos um concelho com uma área territorial muito vasta e com várias zonas onde o sinal é fraco ou mesmo inexistente, pelo que estamos a solicitar às operadoras para um reforço do sinal”, disse à Lusa Celeste Simão, tendo feito notar que a autarquia está “a aguardar uma primeira encomenda de 120 pen´s com router num contrato de cinco meses para resolver os problemas dos alunos” sem acesso à internet.

Segundo aquela responsável, “ao dia de hoje estão detectados 15 casos de alunos com problemas de acesso à internet, dos quais só nove estão por resolver, sendo que a entrega de um total de cerca de 400 computadores está a decorrer e haverá mais casos que vão surgir”, perspectivou.

Com uma área geográfica de 3.344 quilómetro quadrados, a CIM Médio Tejo integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, e Vila Nova da Barquinha e Sertã e Vila de Rei, com um total de 247.330 habitantes (censos 2011).

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