Sessão de abertura do I Seminário de Gastronomia de Santarém (1981), com homenagem a Celestino Graça. Da esquerda para a direita: Octávio Mendes (responsável pelo protocolo no festival), Presidente de Câmara da Barquinha, Ladislau Botas, Graça Graça (filha de Celestino Graça), Nandim de Carvalho (secretário de Estado do Turismo), Pena Monteiro (Governador Civil), José Frazão (Presidente da Assembleia Municipal), António Cacho (fez o elogio do homenageado) e Nuno Domingos

“A realização de um seminário em simultaneidade com um Festival Nacional de Gastronomia, justifica-se pela necessidade de se encontrar forma de discutir os problemas que afetam o desenvolvimento turístico, com particular relevância, para aqueles que implicam na defesa e na qualidade da “cozinha portuguesa”, também nos que decorrem duma correta relação do turismo com a defesa do património e, como não podia deixar de ser, aqueles que envolvem a proposta de um jornalismo especializado.

Se queremos que o turismo constitua uma das mais rentáveis industrias para Portugal, temos que preparar convenientemente as estruturas que o suportem. Não podemos ignorar os problemas, temos sim de os debater, para que se encontrem as mais adequadas soluções.”

Escrevi os dois parágrafos acima reproduzidos há quarenta e um anos, no programa do I Festival Nacional de Gastronomia. Hoje, sabendo muito mais, mas, não retiraria uma palavra.

Naquele ano de 1981, a organização do I Seminário Nacional de Gastronomia, decorreu de segunda feira, dia 24 de outubro a sábado, dia 31 do mesmo mês. Foram sete dias, em que cada manhã foi dedicada a um tema determinado. Após a apresentação das comunicações, estava reservado um tempo para debate. A organização, projetou o seminário, para acolher privilegiadamente especialistas, profissionais, estudantes de hotelaria e turismo, embora fosse aberto a todos os que se interessassem (e alguns apareceram), pelos temas em discussão.

Sessão de abertura do I Seminário de Gastronomia de Santarém (1981), com homenagem a Celestino Graça. Da esquerda para a direita: Octávio Mendes (responsável pelo protocolo no festival), António Faia (Comandante Distrital da PSP), Ladislau Botas (Presidente da Câmara de Santarém), Graça Graça (filha de Celestino Graça), Nandim de Carvalho (secretário de Estado do Turismo), Pena Monteiro (Governador Civil), José Frazão (Presidente da Assembleia Municipal), António Cacho (fez o elogio do homenageado) e Nuno Domingos

Jornalismo especializado; Gastronomia e águas; Associações profissionais; Formação profissional; Gastronomia e vinhos; Turismo e defesa do património, Folclore e Artesanato e Gastronomia e Vinhos (continuação), foram os temas tratados em cada um daqueles dias, envolvendo associações profissionais, técnicos e interessados, quantas vezes em animadas conversas que se prolongavam até muito depois da hora de termino.

Mas o que realmente marcou aquele tempo, foi a evocação de uma conhecida comunicação (anos 60) da então deputada Helena Torres Marques, em que posicionava (como hoje se diria) Santarém e o seu território, como destino de eleição para os habitantes da grande Lisboa e, não aconteceu sessão em que este tema não fosse debatido, comentado e discutido.

Na época, este interesse alargado aos vários interlocutores presentes, provenientes um pouco de todo o país, deu uma visibilidade a Santarém e à região como destino turístico, processo a que não seria alheio o facto do município de ter apresentado no festival, a maqueta do futuro hotel de Santarém.

Na verdade, o referido projeto, só viria a ficar concretizado vários anos depois, mas naquele final do ano de 1981, vivemos em santarém e no festival, um clima de entusiasmo e excitação, um ambiente de envolvimento e de capacidade de acreditar que era possível mudar as coisas e projetar Santarém a um outro nível de reconhecimento, nomeadamente por parte dos grandes operadores turísticos.

Este entusiasmo, viria a ter reflexos num conjunto alargado de ações que seriam depois desenvolvidas em anos posteriores, como campanhas gastronómicas com os restaurantes da cidade, a nível interno; ações promocionais de Santarém e da sua gastronomia a nível nacional e deslocações a alguns países (Espanha, França, Holanda e Bélgica) para promover o destino Santarém e o seu Festival de Gastronomia.

Mas, sobre estes aspetos, falaremos mais tarde.

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