Vânia Calado nasceu em 1984 em Vale da Pinta, uma pequena aldeia ribatejana. Ainda não sabia ler e os livros já faziam parte das suas brincadeiras. Quando cresceu, os livros e a paixão pela vida na aldeia continuaram a acompanhá-la. Formou-se em Engenharia de Telecomunicações e Informática no ISCTE e, nos tempos livres, dedicou-se à música, ao teatro e a escrever. Desde miúda que andava de caderno atrás onde escrevia histórias que às vezes ficavam a meio e às vezes encontravam um final. Agora, uma das histórias que escreveu transformou-se em livro.

O que a inspirou a escrever ‘O Feiticeiro do 4º Esquerdo’ e a contar a história do António?

A maneira como as crianças olham para o mundo é incrível e foi sobre isso que quis escrever nesta história. Os mais novos conseguem ver o mundo de uma maneira muito mais divertida do que os adultos e é essa a história do António, o menino que consegue ver magia nas coisas mais banais do dia a dia e que não aceita que os adultos lhe digam que a magia não existe.

Como foi o processo de colaboração com Carlo Giovani nas ilustrações do livro?

Não houve processo de colaboração. Assim que recebi os primeiros esboços da personagem do António e do Alfred percebi que o mundo que o Carlo tinha criado para o livro era muito mais interessante do que eu alguma vez tinha imaginado, por isso só disse que estava incrível e fiquei à espera de ver o resultado final. Não desiludiu em nada.

Que impacto espera que a obra tenha nos leitores mais jovens?

Acima de tudo quero que os leitores se divirtam com a história do António. Se além de se divertirem conseguirem perceber como a imaginação e a maneira como os mais novos olham para o mundo é importante fico muito feliz. 

Considera que histórias de fantasia como esta podem ter um papel educativo?

Acho que todas as histórias podem ter um papel educativo. A capacidade de um livro criar perguntas e de os fazer sonhar é muito importante e todas as histórias podem ter esse efeito. Também é preciso que os adultos puxem por esse lado crítico das crianças e que respondam às suas perguntas.

Quais são os seus próximos projectos literários?

No início do próximo ano vai sair o segundo volume do Feiticeiro que se chama “O Feiticeiro e a sombra no sótão” e um romance com histórias de mulheres e sobre a sua vida antes do 25 de Abril chamado “Quando elas deixaram as sombras”.

Um título para o livro da sua vida?

Caramela ou a miúda da aldeia.

Viagem de sonho?

Japão e Coreia do Sul.

Música preferida?

Let it Be, Beatles.

Quais os seus hobbies preferidos?

Ler, fazer teatro, ouvir música e tocar na Banda da Sociedade Cultural e Recreativa de Vale da Pinta.

Se pudesse alterar um facto da história, qual escolheria?

São tantos, mas fica sempre a dúvida: se não tivessem acontecido, como seria o mundo agora? Mas teria sido bom se tivéssemos aprendido alguma coisa com o passado e que não se repetisse o lado mau da história. Infelizmente, não é o que está a acontecer.

Se um dia tivesse de entrar num filme, que género preferiria?

Terror.

O que mais aprecia nas pessoas?

O saber ouvir.

O que mais detesta nelas?

A falta de empatia.

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