O 40.º Festival Nacional de Gastronomia (FNG) está na Casa do Campino, em Santarém, com jantares preparados por chefes, tasquinhas típicas de todo o país, animação, conferências e debates a acontecerem até dia 28.
João Leite, presidente da Viver Santarém, destaca o facto de o FNG ter sido distinguido como “um dos 25 melhores festivais gastronómicos da Europa”, um evento que este ano tem em funcionamento 12 tasquinhas que representam municípios e regiões do continente e das ilhas, com uma delas destinada a restaurantes do concelho de Santarém, que, todos os dias, dão a conhecer a gastronomia da região.
Ao Correio do Ribatejo, o responsável sublinha o “enorme envolvimento de dezenas de Concelhos de Portugal”, onde a cultura, a gastronomia e a música “vão estar de mãos dadas”.
Ao longo dos 11 dias do festival, decorrem actividades como artesanato, música, espectáculos, apresentação de livros, debates, exposições, ‘showcookings’, conferências e vinhos, acrescenta a nota.
Como “novidade” é apresentado o espaço “Livraria”, onde são lançados livros e promovidas sessões de autógrafos sobre gastronomia e onde está patente a exposição sobre a história dos 40 anos do Festival.
O evento, que disponibiliza um espaço para apoio a bebés e animação das crianças, inclui vários concursos nacionais de pratos tradicionais nas modalidades “Entradas”, “Sopas”, “Leitões”, “Marisco”, “Sobremesas”, “Frango Assado”, “Pastéis e Empadas” e “Pratos Cozinhados”, entre outros.

Qual é o prato forte desta edição do Festival Nacional de Gastronomia?
São vários pratos fortes, esta é uma edição especial, estamos a celebrar a 40ª edição, são 40 anos de história daquele que foi o primeiro festival gastronómico português, vamos ter desta forma uma forte componente de celebração desta data especial, com um enorme envolvimento de dezenas de Concelhos de Portugal, onde a cultura, a gastronomia e a música vão estar de mãos dadas. Estes Concelhos vão proporcionar diferentes momentos de promoção turística, cultural e gastronómica de cada uns dos territórios representados. Vamos ter Chefs de renome nacional e internacional, restaurantes representativos de todo o território português, com a novidade de diversos restaurantes de Santarém estarem de uma forma inédita envolvidos com o Festival Nacional de Gastronomia. Vamos ter uma exposição alusiva aos 40 anos, uma livraria, uma garrafeira representativa do território vinícola português, onde os nossos visitantes vão puder circular no espaço e saborear os melhores vinhos do país. Vamos ter o Mercado dos frescos, permitindo que o Mercado Municipal esteja dentro da programação do Festival Nacional de Gastronomia. O programa cultural é intenso e diversificado com o objectivo de chamar ao evento a população mais jovem. Vamos ter novos espaços, com mais conforto e em total segurança. Esta edição vai mostrar a todos porque fomos há poucas semanas considerados um dos 25 melhores festivais gastronómicos da europa.

Qual tem sido, para si, a grande mais-valia para a cidade do Festival?
O Festival Nacional de Gastronomia de Santarém tem força e dimensão suficiente para ser vivo e vivido ao longo de todo o ano. Ao longo do último ano e meio demos prova factual disto mesmo é com esta dimensão global que considero que desta forma o Concelho beneficia bastante com o Festival. Promover eventos ao longo do ano em torno da temática da gastronomia significa por um lado, reforçar a estratégica de afirmação de Santarém como Capital Nacional da Gastronomia e por outro aumentar a visitação do nosso território com todo o impacto positivo e de grande mais-valia para a economia local.

A palavra ‘Nacional’ neste Festival tem sido devidamente valorizada?
Tem. As diversas distinções, reconhecimentos internacionais, artigos publicados por revistas internacionais sobre o evento são a prova que estamos perante um grande evento. A representatividade de Portugal no evento, onde ilhas e continentes estão representados fortalecem a sua dimensão nacional. Compete às entidades públicas dar o devido apoio material e imaterial, o Turismo de Portugal e a ERTAR, devem reconhecer o impacto deste evento e reforçar o apoio.

O Festival quer ser uma espécie de evento-âncora, em torno do qual vão girar outros projectos. Santarém terá a capacidade de aglutinar fluxos turísticos através da gastronomia?
Claramente, a gastronomia é um dos principais factores de atractividade turística no mundo actual, em paralelo com as outras artes, outros patrimónios e com a história local de que faz parte. A estratégia de afirmar “Santarém Capital da Gastronomia” resulta da plenitude destes vectores e surge com o propósito de atrair ao nosso território mais pessoas, mais e melhor visitação, este é um trabalho que tem vindo a ser feito e o sucesso do mesmo reflete-se no aumento de dormidas e visitas ao nosso Concelho.

O site de viagens Big 7 Travel (bigseventravel.com) colocou o Festival Nacional de Gastronomia de Santarém entre os 25 melhores festivais gastronómicos de Outono na Europa. Que significado tem este reconhecimento?
O Festival Nacional de Gastronomia de Santarém trata-se do mais reconhecido certame gastronómico português, reconhecido, como refere na sua pergunta, como um dos 25 melhores da Europa, o que deriva da sua antiguidade, representatividade e do papel histórico na valorização da gastronomia, aliado à sua modernidade. Trata-se do pai dos Festivais gastronómicos, alguns dos quais soube ajudar a desenvolver. Esta distinção significa que a estratégia de valorização deste evento levada a cabo nos últimos anos deve ter continuidade e deve ser reforçada. É uma honra e um orgulho e coloca ao Município a exigência de fazer mais e melhor e coloca-nos no patamar de evento internacional com toda a exigência que este facto prova em toda a organização.

O lema do Festival é “Descubra Santarém enquanto prova Portugal”; as pessoas também serão convidadas a descobrir a restauração Ribatejana?
Mais do que isso, são convidadas a descobrir os nossos monumentos, igrejas, espaço público, descobrir a nossa história, ir a Alcanede visitar o Castelo e Algar da Pena, passar pelo Mouchão de Pernes e visitar o lindíssimo Mosteiro de Almoster, no fundo visitar um Concelho repleto de atractividades, saboreando obviamente o melhor da gastronomia, e de facto, esta edição do festival permitirá saborear a gastronomia de Santarém, todos os dias vamos ter um restaurante diferente do Concelho no Festival Nacional de Gastronomia.

O Festival é auto-sustentável?
Sim, ano após ano, o Festival envolve maior investimento privado. Esta edição tem o maior número de patrocinadores alguma vez envolvido neste evento. Deve-se ao esforço da equipa técnica da Viver Santarém, mas também à credibilidade do Festival. As marcas sabem que o Festival tem dimensão nacional e internacional e acreditam na nossa capacidade de realizar, de fazer acontecer.

Do seu ponto de vista, o FNG tem mais capacidade para atrair público desde que introduziu a componente da modernidade e começou a apostar em chefs de renome?
A presença de chefs de renome nacional e internacional, muitos deles com diversas estrelas Michelin tornam projectam o evento a nível internacional, essa projecção atraí mais visitantes e dão dimensão ao evento e potenciam o interesse dos parceiros. É uma aposta ganha que deve ter continuidade.

Quais são as expectativas da organização para esta edição?
As expectativas são elevadas. Temos um programa riquíssimo, intenso, dinâmico e capaz de envolver toda a comunidade. Vamos ter rigor no cumprimento das diversas regras de segurança. É uma data especial, de festa, acreditamos que a população irá celebrar, connosco, os 40 anos do mais transversal festival gastronómico português.

Como é que olha para o actual panorama da restauração de Santarém?
A restauração de Santarém deu um enorme salto qualitativo. Temos muitos e bons restaurantes, com oferta de elevada qualidade e diversificada. Hoje visita-se Santarém a pensar na qualidade dos seus restaurantes. Os empresários, restauradores, cozinheiros e chefs souberem construir e valorizar a marca de Santarém como destino turístico gastronómico. O nosso património cultural, material e imaterial, os nossos monumentos, a nossa história, a nossa centralidade e a qualidade nos nossos restaurantes capacitam Santarém como um território de excelência e com enorme potencial turístico.

Que memórias é que guarda do Festival Nacional de Gastronomia?
O Festival Nacional de Gastronomia carrega uma dimensão afectiva na nossa memória colectiva. A capacidade de saborear o que de melhor existe no nosso país é uma marca de sempre e para sempre. Um evento de encontros, de amigos, de festa de sabores e saberes.

Leia também...

“No Reino Unido consegui em três anos o que não consegui em Portugal em 20”

João Hipólito é enfermeiro há quase três décadas, duas delas foram passadas…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…

O Homem antes do Herói: “uma pessoa alegre, bem-disposta, franca e com um enorme sentido de humor”

Natércia recorda Fernando Salgueiro Maia.

“É suposto querermos voltar para Portugal para vivermos assim?”

Nídia Pereira, 27 anos, natural de Alpiarça, é designer gráfica há seis…