A Feira Nacional do Cavalo, edição de 2024, encerrou as suas portas na passada segunda-feira, 11 de Novembro, Dia de São Martinho. Largas centenas de milhar de visitantes passaram pela Golegã, em 11 dias de festa, onde o cavalo foi rei.
Muito embora a Feira tenha aberto a 1 de Novembro, o certame conheceu na passada sexta-feira, dia 8, a cerimónia e visita oficial que este ano contou com as presenças dos secretários de Estado da Agricultura e da Habitação, respectivamente, João Moura e Patrícia Gonçalves Costa, para além do presidente da Entidade Regional de Turismo, José Santos e de muitos presidentes de Câmara do distrito e de D. José Traquina, bispo de Santarém, que elogiou o papel dos autarcas a quem se deve muito do “desenvolvimento das suas terras.”
Depois da saudação inicial a todos os presentes, o presidente do Município, António Camilo, deixou para o vice-presidente, Diogo Rosa, a caracterização da Feira e dos investimentos já realizados e em curso no concelho, nomeadamente, a renovação do cineteatro, a reabilitação dos sistemas de saneamento em locais do concelho onde este ainda não existia, a construção de novas infra-estruturas desportivas e a obra de reabilitação do parque escolar, para além da renovação do parque de habitação social, com a criação de novas habitações a custos controlados.
Diogo Rosa salientou ainda a reabilitação de vários edifícios do município direccionados para o turismo, como o Palácio do Pelourinho ou o Centro de Estágio antigo, deixando claro que apesar de todos os investimentos, “a Golegã nunca abandonou a matriz do sector equestre, continuando o seu percurso de afirmação como capital do Cavalo numa estratégia que assenta na formação, no desporto e turismo equestre como uma forma e um meio de desenvolvimento do concelho e de toda a região”, afirmou.
“A Feira Nacional do Cavalo cresceu, o arneiro está maior, e este é um crescimento que não é apenas físico, mas que se traduz num real crescimento neste que é, provavelmente, o maior certame do nosso país” admitiu Diogo Rosa, vice-presidente do Município.
Sobre a Feira, o autarca lembrou que as “regras definidas pela direcção da Feira Nacional do Cavalo não afastaram os cavaleiros, como alguns tentaram dizer, pelo contrário”, avançando que ao dia de hoje (8 de Novembro), “tínhamos já inscritos 2272 cavalos e 323 atrelagens, que estão em circulação no nosso espaço, batendo o record que tinha sido alcançado no ano anterior”, informou.
Salientando ainda o investimento realizado na agora Praça Manuel Tavares Veiga, saudou as empresas envolvidas na obra.
Voltando ao sector equestre e à “estratégia” definida pelo Município, Diogo Rosa lembrou, na área da formação, o curso de gestão equina que “é já uma realidade com os alunos, pelo segundo ano, a estudarem na Golegã, usufruindo das condições do Centro de Alto Rendimento”.
Diogo Rosa anunciou, para 2025, a organização, pela primeira vez, do Concurso de Dressage Internacional, “uma prova que se pretende que venha a ser uma referência nacional e internacional”.
No sector da habitação, Diogo Rosa lembrou que “o número de camas cresceu exponencialmente nos últimos quatro anos, com o aumento de cerca de 30% no número de camas registadas no registo nacional de turismo, sendo a Golegã o concelho da Lezíria do Tejo com maior número de camas por 100 habitantes relativamente ao alojamento local”, admitiu. Nessa área lembrou ainda “a expansão” do Hotel Lusitano que irá ter “mais 40 quartos”, e o projecto do Grupo Vila Galé Hotéis com o Vila Galé Colection Tejo – Quinta da Cardiga, com capacidade para 124 quartos direccionado para o turismo equestre, “reabilitando uma quinta histórica, que é querida a todos nós”, sublinhou.
Como projectos futuros, o autarca apontou o picadeiro coberto do Hippos, o multiusos que permita albergar actividades equestres, entre outras e o projecto da Start Up Golegã ligado ao cavalo, pretendendo albergar e desenvolver negócios ligados ao sector.
Secretário de estado da Agricultura reconhece importância da Feira
O secretário de Estado da Agricultura, João Moura, apresentou-se na Golegã com um fato tradicional à portuguesa sublinhou a importância “do encontro de portugueses e portuguesas nesta vila tão castiça no seio do coração do Ribatejo”.
“A responsabilidade de quem a organiza é ter aqui uma feira que é nacional e internacional, onde o expoente máximo é uma Raça Autóctone, que diz muito daquilo que é o povo português. Lembrou que existem em Portugal 63 raças autóctones, mas frisou que “o cavalo Lusitano é o expoente máximo daquilo que é o nosso emblema nacional lá fora”.
João Moura saudou a recuperação da Quinta da Cardiga, “um património de Portugal” que tinha sido “deixado ao abandono”.
“Era aqui que parte da alimentação para Lisboa seguia através do nosso Rio Tejo e essa Quinta foi sendo abandonada”, historiou, saudando a câmara da Golegã por ter encontrado um parceiro para “lhe dar uma componente turística de grande relevância que é o nosso grande potencial”.
“Esta feira é muito mais do que um ponto de encontro entre amigos, do que um ponto de exposição daqueles que são os Cavalos Lusitanos, a Feira da Golegã é um orgulho de Portugal”, rematou.
Presidente da ERTAR: “É a maior feira da nossa área regional de Turismo”
José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo Alentejo e Ribatejo (ERTAR) salientou a importância do certame “não só para esta fileira do turismo equestre e da hospitalidade, eu diria que é uma feira de dimensão nacional”, admitiu.
“É a maior feira da nossa área regional de Turismo. Eu diria que à medida que vamos percebendo o aumento da competitividade turística em Portugal o mais importante são este tipo de eventos”, considerou, lembrando ainda que, no ano passado a Golegã cresceu 7% no número de dormidas, relativamente a 2022 e já este ano, até Agosto, “as dormidas estão a crescer quase 6%”, avançou, destacando ainda a “estratégia de afirmação turística da Golegã”, muito assente na fileira e capital nacional do Cavalo, mas também em redor da dimensão literária de José Saramago que “vamos agora, em Dezembro, promover através do primeiro festival de Turismo Literário do Alentejo e Ribatejo”, frisando, por último, “a necessidade de ser criado mais alojamento turístico de qualidade que possa fixar as pessoas neste território”.