A Feira de Santa Marta está de regresso a Alcanhões, de hoje a domingo, dias 25 a 27 de Julho. No âmbito deste evento, o Correio do Ribatejo esteve à conversa com Pedro Mena Esteves, presidente da Junta de Freguesia de Alcanhões, que traçou a evolução da feira e sublinhou o espírito associativo vivido na vila.
A três anos da vila celebrar o seu centenário, o autarca revelou ainda os vários projectos que tem em vista para a freguesia e abriu as portas de Alcanhões, a todos aqueles que queiram visitar a vila. “A mensagem é que vejam Alcanhões como uma terra que sabe receber”.
Que significado tem, para a freguesia e para a sua comunidade, a realização da Feira de Santa Marta? E de que forma tem evoluído esta tradição ao longo dos anos?
É uma feira de há muitos anos e antigamente era mesmo só uma feira. Não havia festa. Ainda tem alguns feirantes aqui da terra, mas essencialmente houve uma transformação grande na Feira de Santa Marta que hoje é mais festa, pela razão que hoje existem as tasquinhas, representadas por associações. Está a Associação Popular de Alcanhões, o Agrupamento de Escuteiros 6,3,4 de Alcanhões, a Associação de Pais e o Rancho Folclórico de Alcanhões.
Quais são as principais novidades desta edição? Que aspectos procuraram valorizar na programação, para atrair mais visitantes e atrair a população local?
A valorização é o Festival de Folclore, que é o momento alto da feira. Depois temos também o projecto “All Hits”, que são os djs que também fazem uma boa animação, logo a seguir ao Festival do Folclore e que abrangem duas faixas etárias do público, um público mais tradicional, com mais idade, e um público mais jovem que animamos até às 4h00 da manhã, com vários gostos culturais e de animação.
Para os visitantes que venham pela primeira vez a Alcanhões, que outros atractivos ou projectos existentes na vila gostaria de destacar?
Nós temos uma vila bastante rica com os fontenários. Temos alguns que recentemente foram requalificados. Tencionamos requalificar mais no próximo mandato, se formos eleitos. E também temos uma coisa que é fundamental em Alcanhões que é a valorização do produto nobre da nossa terra, o vinho. É uma zona rica em vinha, para produção de vinho e também em vinha, para produção de uva de mesa. É daqui que saem muitas toneladas de uva de mesa para as grandes superfícies comerciais e que chegam a casa das pessoas. A vila de Alcanhões é conhecida por ser uma freguesia vinhateira.
Quais são os principais desafios que a Junta de Freguesia enfrenta na gestão e desenvolvimento de Alcanhões? E que projectos têm em curso ou previstos para responder a esses desafios?
Há uma grande novidade, recentemente anunciada, que é a variante na linha do Norte, entre a passagem de nível das Assacaias e a passagem de nível da Senhora da Saúde, que irá entrar em obras a qualquer momento. Já está consignada a obra à empresa responsável. Esse é um desenvolvimento enorme para a nossa freguesia, pela proximidade que temos à Sede de Concelho.
Nós temos sempre ambição em querer fazer mais coisas e queremos desenvolver outros projectos. Está em cima da mesa a possibilidade de aquisição de um imóvel para fixarmos aqui mais famílias de carácter jovem e construirmos uma creche pública, no sentido de as famílias poderem vir para Alcanhões e ter desde o berçário até ao 4º ano, a possibilidade de terem as crianças cá.
Como avalia o espírito associativo e a participação física em Alcanhões?
O espírito é bom, tem dinâmica. As pessoas que têm estado à frente das associações, são pessoas dinâmicas e têm desenvolvido projectos, cada um na sua área. Temos a Associação Popular de Alcanhões que tem a parte do desporto e que leva o nome de Alcanhões a vários sítios. O Rancho Folclórico, na parte cultural, que leva também o nome de Alcanhões por aí fora, desde Portugal até ao estrangeiro. Os escuteiros também andam sempre a circular pelo país.
Nós temos de os motivar e apoiar, de forma que eles se sintam confortáveis com o apoio da Junta. A Junta é um parceiro nas actividades que eles realizam e tem de ser entendido como um parceiro sério, que honra os seus compromissos. A Feira de Santa Marta é um evento que é pago na totalidade pela Freguesia de Alcanhões e que as associações vêm explorar as tasquinhas, de forma que possam colher os frutos, para que depois possam desenvolver as suas actividades ao longo do ano. É uma forma indirecta que a Junta, fazendo este evento, tem de criar a possibilidade do associativismo.
Que mensagem gostaria de deixar aos habitantes da Freguesia e aos visitantes que vão marcar presença na Feira de Santa Marta deste ano?
A mensagem é que vejam Alcanhões como uma terra que sabe receber. Uma terra que está sempre de peito aberto para receber bem e também para divulgar os nossos produtos, as nossas gentes. Virem até nós, saborear aquilo que a gastronomia também nos dá aqui, na nossa zona.