O município de Abrantes anunciou na terça-feira, 5 de Fevereiro, ter conseguido “inverter uma taxa de 43% de utentes sem médico de família em Dezembro de 2013 contra os actuais 8%”, resultado de uma “política articulada de investimento e reorganização de serviços” de saúde.

“Em cinco anos, e apesar de o município não ter competências próprias [na área da saúde], conseguimos inverter a situação” em trabalho de parceria desenvolvido com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo e a tutela, disse a presidente da Câmara de Abrantes.

Maria do Céu Albuquerque falava na nova Unidade de Saúde Familiar (USF) Beira Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, onde decorreu a apresentação dos resultados e objectivos a alcançar com a reorganização dos serviços médicos de proximidade.

A autarca do distrito de Santarém congratulou-se com o trabalho iniciado “há mais de cinco anos” e em que o objectivo era “criar condições para que todos tivessem acesso à saúde”, num município de 714 quilómetros quadrados, 13 freguesias e 38 mil utentes inscritos, dos quais “35.718 utentes frequentadores”.

Em Dezembro de 2013 eram 15.190 os utentes sem médico de família no concelho (43%), “o caso mais grave” em todo o Médio Tejo, tendo os números hoje apresentados revelado que esse valor se cifra agora nos 2.683 utentes (8%).

“Além do apoio financeiro [o município de Abrantes criou em 2014 um incentivo financeiro anual de nove mil euros, valor individual por médico, com o objectivo de estimular a permanência de médicos nas USF], foram criados novos modelos de organização, nomeadamente as USF, recuperámos dois edifícios antigos para a sua instalação, investimos em viaturas para atendimento ao domicílio”, enumerou Céu Albuquerque.

A presidente do município destacou, ainda, o “apoio a vários níveis” efectuado na unidade hospitalar de Abrantes, no sentido de “libertar a Urgência Médico-Cirúrgica” do grande fluxo de utentes.

Com a entrada em serviço de quatro médicos na USF Beira Tejo, no dia 01 de Fevereiro, que se juntou à USF D. Francisco de Almeida, em Abrantes, o problema do acesso aos cuidados de saúde primários poderá ficar definitivamente resolvido com a criação de uma terceira unidade “a criar na zona norte do concelho”, referiu a autarca.

Nesse sentido, a USF Beira Tejo vai, numa primeira fase, servir as freguesias de Tramagal, Bemposta e Rossio ao Sul do Tejo, mantendo estes pólos a funcionar e deslocando os profissionais de saúde às respectivas extensões de saúde, e encerrando os pólos de São Miguel do Rio Torto e da União de Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, medida que gerou algum desconforto nos respectivos presidentes de junta.

Para que os utentes destas localidades se possam deslocar à USF Beira Tejo, a autarquia anunciou um “reforço do serviço de transporte a pedido” para aquelas populações.

“Não é o modelo perfeito, mas estamos satisfeitos com a reorganização efetuada, temos instalações modernas e funcionais, e equipas profissionais motivadas”, destacou a presidente da autarquia, adiantando que o município “está pronto” a receber as novas competências na área da saúde.

A coordenadora do ACES Médio Tejo, Sofia Theriaga, presente na sessão, disse que “o subsídio camarário foi um grande incentivo e ajuda para alcançar estes resultados”, a par da “reforma dos cuidados primários, com novos modelos organizacionais e novos equipamentos”, condições que permitiram “atrair novos médicos” para Abrantes.

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