Foto ilustrativa
Foto ilustrativa

O helicóptero de combate aos incêndios deslocalizado a semana passada do heliporto de Pernes para o de Ponte de Sor vai ser recolocado sexta-feira no concelho de Santarém, disseram fontes da autarquia e do aeródromo da cidade.

A direcção do aeródromo de Santarém e o presidente do município escalabitano disseram à Lusa que, após a criação de condições nesta infraestrutura, como a instalação do tanque de combustível por parte da Helibravo (operadora do meio aéreo), o helicóptero regressará na sexta-feira à capital do distrito de Santarém.

O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), afirmou que esta é “a melhor localização” para o apoio deste meio aéreo no combate a incêndios que ocorram no distrito.

O autarca escusou-se a comentar uma tomada de posição da direcção do aeródromo de Santarém, que se insurgiu contra “qualquer interferência da Câmara Municipal de Santarém” na gestão desta infraestrutura, sublinhando que esta compete à Associação Pára-Clube de Santarém, a qual possui “o direito exclusivo a operar o aeródromo e a geri-lo”.

Num comunicado a que a Lusa teve acesso, a associação declara o seu desagrado com declarações de Ricardo Gonçalves, “nas quais dá a entender que a autarquia é dona, ou gere, o aeródromo”, ignorando o seu papel na decisão de relocalização do helicóptero.

A associação afirma que “há mais de duas décadas” que colabora com a Proteção Civil e coloca “ao serviço da região e das suas populações” o aeródromo Cosme Pedrógão, que integra a Rede de Infraestruturas de Relevância Operacional do Plano Distrital de Emergência e Proteção Civil de Santarém.

O presidente da Câmara afirmou que existe um diferendo em Tribunal, numa ação em que o município reclama a reversão dos terrenos onde se encontra instalado o aeródromo, pelo que não comenta o teor do comunicado da associação, o qual refere a existência de “interesses económicos obscuros” numa infraestrutura “construída com dinheiro angariado pela Associação Pára-Clube de Santarém, com donativos e serviços de várias instituições e empresas”.

A Proteção Civil decidiu, a semana passada, retirar a aeronave do heliporto de Pernes devido às “restrições operacionais ali existentes” e consequentes indisponibilidades do helicóptero, optando por a reposicionar no aeródromo de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre.

Numa publicação divulgada na sexta-feira na sua página do ‘Facebook’, o presidente da Câmara Municipal de Santarém afirmou que a autarquia foi contactada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para a possibilidade de vir a utilizar o aeródromo de Santarém, como alternativa ao Centro de Meios Aéreos de Pernes.

O autarca reconhecia, na publicação, que as restrições operacionais no heliporto de Pernes “limitavam as operações e promoviam consequentes indisponibilidades do meio aéreo (helicóptero de combate a incêndios) posicionado naquele local”.

“Reconhecendo a importância da presença deste meio aéreo de combate a incêndios na área do distrito de Santarém, o município de Santarém reitera que, desde a primeira hora, desencadeou todos os procedimentos necessários para que a relocalização do helicóptero seja uma realidade, assegurando desta forma a salvaguarda de pessoas e bens”, sublinhava.

No esclarecimento feito à Lusa no passado dia 23, a ANEPC referiu que a decisão de deslocalização da aeronave de Pernes surgiu na sequência de o piloto ter, por diversas vezes, recusado descolar para combater incêndios, invocando razões de segurança, nomeadamente, a existência de vento forte de cauda e o facto de aquele heliporto estar certificado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) para operar com apenas um único canal de aproximação/saída.

Questionada pela Lusa, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) explica que autorizou o heliporto de Pernes, uma vez que “reúne as condições necessárias para o efeito”, mas ressalva que a decisão de lá colocar meios aéreos não é da sua responsabilidade.

A ANAC referiu que comunicou à ANEPC e à Força Aérea “as condições subjacentes à emissão da autorização emitida para o heliporto de Pernes à data dessa decisão”.

“Bem como as suas limitações, na sequência das quais impôs como medida associada a tal autorização, a realização de briefings pré voo às tripulações com indicação das condições aprovadas e termos da autorização”, conta a ANAC, designadamente a existência de apenas um circuito para descolagem e aterragem.

Leia também...

Músico dos Santos & Pecadores morre vítima de acidente de trabalho em Tremez

Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, morreu na…

Médico detido por abuso sexual de menores

Um homem de 27 anos foi detido esta manhã no Bairro de…

Alterações ao Código da Estrada entram em vigor amanhã com multas agravadas

As alterações ao Código da Estrada aprovadas em Novembro entram na sexta-feira,…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…