O Município de Almeirim vai entregar perto de 120 canecas aos alunos que aderiram ao programa “Lanches Saudáveis” que se iniciou em Março e terminou no final do ano lectivo.
A caneca “Papo-seco – o cão da malta” alusiva ao projecto do município, foi entregue aos alunos do primeiro ciclo das escolas do concelho que completaram uma caderneta de cromos, cumprindo o objectivo do programa. As crianças que comessem cinco lanches tinham direito a um cromo no final da semana. Assim que a caderneta ficou completa, o município ofereceu a caneca “Papo Seco – o cão da malta”.
Esta foi uma forma encontrada pela autarquia almeirinense para motivar as crianças a aderir a uma alimentação mais saudável. O município de Almeirim pretende regressar com o programa “Lanches Saudáveis” no próximo ano lectivo.
Recorde-se que o projecto da Câmara Municipal de Almeirim arrancou no mês de Março a distribuição de lanches saudáveis a um preço reduzido como forma de combate à obesidade infantil nas crianças do Concelho.
A iniciativa é dirigida a alunos do primeiro ciclo, de todo o concelho, e segundo o município conta com três vantagens: o preço de 8€ por mês, a qualidade da oferta e por último a comodidade da iniciativa.
A campanha começou ao longo do mês de Fevereiro com um panfleto informativo deste novo incentivo para a distribuição de lanches saudáveis a meio da manhã. Segundo o executivo, os lanches saudáveis tem “um custo diário de 40 cêntimos e vão permitir uma comodidade às famílias pois já não terão de preparar o lanche dos seus educandos”.
O lanche fornecido pela autarquia inclui um pão de mistura com queijo, fiambre, creme vegetal ou marmelada e um iogurte, um sumo de fruta ou um leite branco.
As escolas do Concelho de Almeirim foram alvo de um recente estudo elaborado por investigadores da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil, promotora do programa “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável” e do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Esse estudo permitiu concluir que a percentagem inicial de alunos em estado de pré-obesidade (15,6%) e em obesidade (19,3%) baixou, após a implementação do programa nas escolas, para 11% e 15,6%, respectivamente.
Segundo o município houve o aumento do consumo de legumes e fruta diários de 12,5% para 30,3%, mas lamenta que 69,7% das crianças ainda não cumpram as recomendações da Organização Mundial de Saúde e que 26,6%, ou seja, em média, uma em cada quatro crianças, tenha ainda o seu peso aumentado. Portugal é um dos países que têm as taxas mais altas de obesidade infantil, embora haja uma tendência para descida no continente Europeu.
O estudo da Organização Mundial de Saúde, do Observatório Europeu para a Obesidade das Crianças (COSI) relativo ao período entre 2015 e 2017 revelou que os países do sul da Europa são os que têm a taxa mais elevada de obesidade infantil. Apesar destes dados, Portugal está entre os países com sinal positivo em áreas como o consumo de fruta, que três quartos ou mais das crianças comem todos os dias ou entre quatro a seis dias por semana.