“Desliga-te. Dentro da Escola, o foco é outro”. É esta a frase que serve de mote à campanha de sensibilização que a autarquia de Almeirim está a levar a cabo nos estabelecimentos de ensino do concelho para limitar o uso de telemóveis nos recintos escolares.

Neste ano lectivo, está proibido o uso de telemóveis nas escolas do 1.º ciclo e, apesar de a proibição não se estender aos alunos do segundo e terceiro ciclos, existem regras de utilização.

Nestes níveis de ensino, a recomendação é que os alunos não levem o telemóvel, mas, caso o entendam fazer, só têm acesso quando saírem da escola, pelo que os intervalos e as horas de almoço são reservados para o convívio.

Já no secundário, quando os alunos chegam à sala de aula, depositam os telefones junto do docente e, depois, no final, numa primeira fase, podem usá-los nos intervalos e na hora de almoço.

Num balanço feito ao Correio do Ribatejo deste primeiro dia de aplicação destas regras [14 de Setembro], Pedro Ribeiro, presidente da Câmara de Almeirim, referiu que a medida está a ser bem acolhida.

“Estive à hora do almoço na EB23 de Fazendas de Almeirim. A Escola conta com 333 alunos e, em conversa com a directora, hoje, apenas 49 levaram telefone. Ou seja, levaram telefone 14.7% dos alunos o que equivale a dizer que mais de 85% aceitou a recomendação de nem o levar”, transmitiu.

O autarca disse ainda que, com estas novas regras, pode constatar duas novas realidades: “a primeira é que no refeitório não havia mesas com miúdos sozinhos. Algo que antes acontecia. O não ter telefone faz com que se juntem para conviver. A outra realidade era o “barulho”. Mais ruído fruto das conversas e da socialização”.

Na base desta tomada de decisão, de proibir ou limitar o uso de telemóveis nas escolas, estiveram vários estudos que apontam que o uso constante destes dispositivos pode levar “a problemas que afectam a saúde”.

De facto, um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apela à proibição dos telemóveis em contexto escolar, após ter encontrado evidências de que a utilização excessiva de telemóveis está associada a uma diminuição do desempenho escolar e que níveis elevados de tempo de ecrã têm um efeito negativo na estabilidade emocional das crianças.

Para a Unesco, uma proibição do uso de smartphones nas escolas por parte dos governos daria um sinal de que a tecnologia digital “deve estar subordinada a uma visão centrada no ser humano” e nunca servir para substituir a interacção cara a cara com os professores. No conjunto dos 200 países analisados, um em cada quatro já proibiu o uso de telemóveis nas escolas, seja através da lei ou de directivas aos estabelecimentos de ensino.

Em França essa proibição já vigora desde 2018 e nos Países Baixos terá início no próximo ano. No Reino Unido, tal como em Portugal, é deixada a cada escola ou agrupamento a decisão de proibir ou não.

Leia também...

Músico dos Santos & Pecadores morre vítima de acidente de trabalho em Tremez

Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, morreu na…

Médico detido por abuso sexual de menores

Um homem de 27 anos foi detido esta manhã no Bairro de…

Alterações ao Código da Estrada entram em vigor amanhã com multas agravadas

As alterações ao Código da Estrada aprovadas em Novembro entram na sexta-feira,…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…