Uma operação que reuniu várias entidades detectou “indícios de enterro de raspas azuis e verdes, bem como lamas provenientes das lagoas existentes, com eventual contaminação dos lençóis freáticos”, praticados por uma empresa de curtumes de Alcanena.
Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) revelou hoje que, juntamente com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto da Soldadura e Qualidade e a Câmara Municipal de Alcanena, deu cumprimento a um mandado de busca e de apreensão não domiciliário, numa indústria de curtumes localizada no concelho de Alcanena, na sequência de uma investigação por crime de poluição.
No decurso da operação, conduzida pela Unidade Regional do Sul – Unidade Operacional de Santarém da ASAE, realizada por “suspeita da prática de deposição de resíduos de curtumes, foram realizadas várias escavações no solo, com recurso a uma retroescavadora, onde foi possível comprovar a existência, em dois terrenos adjacentes à indústria, de indícios de enterro de raspas azuis e verdes, bem como lamas provenientes das lagoas existentes, com eventual contaminação dos lençóis freáticos”, lê-se na nota.
“Nestas diligências no solo, foi confirmada a deposição incontrolada de resíduos orgânicos (peles), lamas e, ainda, resíduos de construção e demolição (RCD). Com estas aberturas, a maioria das valas acabou por ficar submersa com água, que brotava do solo (aquíferos), com cheiro e coloração, indiciando uma eventual contaminação dos solos”, acrescenta.
Segundo a ASAE, foram efectuadas quatro colheitas de solo e duas de água “para a devida análise laboratorial e consequente elaboração do respectivo parecer, no âmbito do processo-crime em curso”.