Foto ilustrativa
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A Tagus – Associação para o Desenvolvimento do Ribatejo Interior apresentou no dia 20 de Outubro, em Constância, um pacote de cinco linhas de apoio para agricultores, produtores, pequenas e médias empresas, autarquias e coletividades dos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal.

No total, estão disponíveis 1,55 milhões de euros, valor que poderá alavancar mais de três milhões de euros em investimento público e privado até 2027, no âmbito do Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) e do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), cofinanciados por fundos europeus agrícolas.

Em declarações à Lusa, a técnica coordenadora da Tagus, Conceição Pereira, explicou que o programa pretende “aumentar a resiliência do mundo rural” e promover um território “mais sustentável, inovador e atrativo”.

A responsável sublinhou que a estratégia resulta de um diagnóstico participado e de auscultação da população local, que identificou o despovoamento, o envelhecimento da população, a falta de mão-de-obra e os efeitos das alterações climáticas como principais fragilidades da região.

“Queremos que este programa sirva de motor de transformação. O que apresentámos hoje são medidas muito concretas, pensadas a partir do que ouvimos das pessoas, das empresas e das autarquias. O nosso objetivo é fortalecer o tecido económico local, valorizar os recursos endógenos e dar novas oportunidades a quem quer investir e viver no território”, afirmou.

As cinco linhas de apoio, que serão lançadas de forma faseada, abrangem um amplo conjunto de áreas de intervenção.

A primeira destina-se à modernização agrícola, incluindo sistemas de rega, plantações e cercas, enquanto a segunda apoia a transformação e comercialização de produtos agrícolas, como adegas, queijarias e lagares.

A terceira linha é orientada para o comércio e turismo de proximidade, apoiando pequenas empresas e negócios rurais e quarta promove os circuitos curtos e mercados locais, incentivando o consumo de produtos de época e a ligação direta entre produtores e consumidores.

Já a quinta linha, apoia a valorização do património e o associativismo local, com projetos culturais, desportivos, ambientais e de identidade territorial.

“Estas medidas refletem a realidade do Ribatejo Interior”, destacou Conceição Pereira, salientando que existem “agricultores que precisam de modernizar as suas explorações, pequenos produtores que querem transformar e vender localmente, e associações que mantêm viva a cultura e o património”.

“Tudo isto é essencial para criar novas dinâmicas económicas e fixar população”, acrescentou.

Os apoios têm taxas de comparticipação entre 50% e 75%, conforme o tipo de beneficiário e o investimento.

A Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL) Tagus 2027, que enquadra estas medidas, assenta em quatro eixos programáticos: digitalização e inovação, para modernizar a agricultura e as empresas; valorização das fileiras e produtos endógenos, com foco no azeite, vinho, cortiça e hortofrutícolas; sustentabilidade ambiental e bioeconomia, reforçando a adaptação às alterações climáticas; e governança e cooperação em rede, estimulando o trabalho conjunto entre autarquias, empresas e associações.

“Queremos um território com identidade, competitivo e sustentável”, frisou a técnica, reforçando que “a inovação digital tem de chegar à agricultura e às pequenas empresas” e que é necessário dar valor às tradições e “trabalhar em rede, com espírito de cooperação”, pois é assim que se conseguirá “afirmar o Ribatejo Interior como um território de oportunidades”-

Apesar de considerar as verbas “ainda modestas face às necessidades”, Conceição Pereira destacou que o essencial é “criar massa crítica e dinamismo local” para atrair mais investimento.

“Precisamos de uma comunidade ativa, com empresas e instituições que apresentem bons projetos. Quanto mais participarmos, mais força teremos para reivindicar novas verbas e consolidar esta estratégia”, afirmou, sublinhando que “aumentar a resiliência do mundo rural” é o objetivo final.

A Tagus, com sede em Abrantes, foi criada em 1993 por entidades públicas e privadas, com a missão de promover o desenvolvimento integrado dos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal, através de iniciativas que valorizem os recursos locais, estimulem a economia e reforcem a coesão territorial.

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