A Protoiro e as Associações que a compõem (Associação Nacional de Toureiros, Associação Nacional de Grupos de Forcados, Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide, Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal e a União das Misericórdias) vão marcar presença e apoiar o protesto convocado nas redes sociais por parte dos aficionados, para a hora a que estava agendada a primeira corrida de touros, 17h00, junto à Praça Celestino Graça, em Santarém.
Em comunicado, a Protoiro refere que apoia a manifestação pela “exigência extra legal e discriminatória” que obrigou ao adiamento das duas corridas, “por ser uma exigência impraticável, causando elevados prejuízos à organização, mas também ao comércio e restauração da região”.
“De destacar que o sector da cultura, e a tauromaquia em particular, funcionam desde Maio do ano passado e não foram até agora focos de nenhum surto, podendo afirmar-se que a cultura é segura, e em particular as praças de toiros enquanto salas ao ar livre”, pode ler-se na mesma nota.
Recorde-se que a Associação Praça Maior, gestora do recinto, decidiu adiar as corridas de toiros que iria realizar esta quinta-feira e domingo em Santarém, perante a exigência da Autoridade de Saúde de apresentação de um teste negativo à covid-19 por parte dos espectadores
Os promotores das corridas na praça Celestino Graça, agendadas para o período em que decorre a Feira Nacional da Agricultura, lamentam a postura da delegada de saúde de Santarém no processo e anunciam que os dois espectáculos tauromáquicos, que tinham mais de 10.500 bilhetes vendidos, se realizarão em data “na qual se voltem a aplicar à Praça de Santarém as regras que se aplicam nas demais salas de espectáculos do país”.
Em causa está o parecer da delegada de saúde, comunicado na passada sexta-feira, impondo a limitação da praça a 3.500 lugares, por entender que se trata de um recinto em espaço aberto e não de uma sala de espectáculos (esta com uma lotação de 50%), a classificação que a Praça Maior usou para a venda de bilhetes.
No comunicado, a associação afirma que na base do parecer terá estado uma informação da PSP relativa à corrida realizada em 26 de Setembro de 2020 na Monumental Celestino Graça, a qual, assegura, desconhecia e que motivou “um conjunto de medidas adicionais ao Plano de Contingência”, numa tentativa de poder realizar os espectáculos, tendo em conta a sua comunicação a menos de uma semana do primeiro evento.
“Entre estas, a Associação Praça Maior comprometia-se, utilizando os seus meios de comunicação, a sensibilizar os aficionados para a importância de se testarem antes de virem aos espetáculos, sendo certo que a realização de teste é algo que, constitucionalmente, não pode ser imposto a nenhum cidadão, como aliás nos foi referido pelos elementos da Saúde Pública presentes na reunião”, lê-se na nota.
Contudo, na terça-feira ao final da tarde, a Autoridade de Saúde comunicou “uma nova imposição”, a de que “todos os espetadores fossem obrigatoriamente testados nas 24 horas antes de cada espetáculo e apresentassem teste negativo à covid-19 para poderem entrar”, sendo da associação a responsabilidade pela verificação dos resultados, acrescenta.
Sublinhando que, “tal situação nunca foi antes aplicada a nenhuma sala de espetáculos portuguesa”, a Praça Maior afirma aparentar que “a tauromaquia e a Praça de Toiros de Santarém foram escolhidas para funcionar como ‘cobaias’ de novas limitações, que vão ao arrepio da legislação vigente, e do próprio processo de desconfinamento que o Governo anunciou querer acelerar já a partir de dia 14 de junho”.
Declarando não ter forma de assegurar a comunicação atempada aos aficionados que já adquiriram bilhete nem de garantir a testagem no local aos que não tivessem realizado teste e evitar aglomerações decorrentes desta situação, a Praça Maior afirma não lhe ter restado outra alternativa senão adiar os espectáculos.
Em reacção, o CDS repudiou a situação e fez saber que o seu líder, Francisco Rodrigues dos Santos, estará presente no protesto que irá ocorrer em frente à Monumental Celestino Graça, a partir das 17h00.
Em comunicado assinado pelo vice-presidente do partido, Pedro Melo, o CDS acusa o Governo de se “afadiga[r] a matar uma tradição nacional, apertando cada vez mais o garrote”, dando os exemplos da proibição da transmissão de touradas pela RTP, do IVA acrescido destes espectáculos “e, agora, na criação de medidas discriminatórias e, como tal, inconstitucionais, à assistência de touradas”.
“O CDS-PP, repudiando esta ocorrência, exorta o Governo a cumprir a Constituição e a lei, permitindo que os espectáculos em causa, realizados ao ar livre, tenham lugar nos termos previstos, assim se repondo a legalidade violada e o respeito que esta actividade e os seus profissionais e aficionados devem merecer”, acrescenta.
Também o candidato do Chega à Câmara de Santarém, Pedro Frazão, que, com o líder do partido, iria assistir à corrida agendada para quinta-feira, reagiu à decisão da delegada de saúde, a qual, afirmou, “parece querer impedir todos os eventos escalabitanos com os quais discorda”.
Segundo Pedro Frazão, Helena Sousa exigiu, a 24 horas da realização do jantar da candidatura, agendado para quinta-feira, a testagem à covid-19 a todos os participantes. O candidato assegurou que a distrital de Santarém irá oferecer os testes à entrada do espaço onde vai decorrer o jantar.
1 comment
Já não há paciência nem remédio para essa escumalha Devia fazer-se uma manifestação em Lisboa e, em simultâneo, em Santarém com todos intervenientes na área da tauromaquia, com todas as camionetas de transporte de cavalos, de touros, tractores, cavaleiros e aficionados montados em cavalos e tudo o mais que alegrasse o país, que parece moribundo para a cultura, nomeadamente para a tauromáquica. Teremos, mais tarde ou mais cedo de pôs cobro a tudo isto e muito mais!!!
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