O presidente da Câmara de Torres Novas disse que a empresa que propunha instalar um Centro de Estudos Observacionais em Saúde na cidade desistiu, devido a “questiúnculas” e ao “achincalhar” do projeto.
Pedro Ferreira afirmou, na reunião do executivo camarário de hoje, que o facto de o protocolo que previa a instalação do projeto da Medical Knowledge Academy (MKA) ter sido aprovado por unanimidade na Câmara Municipal “não valeu de nada”, já que os promotores desistiram do acordo com o município.
O autarca apontou a polémica surgida “em alguma comunicação social” e a tomada de posição “de alguns partidos”, numa referência ao BE, que questionou o executivo sobre o histórico da MKA e o facto de o protocolo prever a cedência de um “edifício emblemático” da cidade, adquirido pelo município, que estava já destinado a acolher a ‘Start Up’ Torres Novas.
Pedro Ferreira reafirmou que o projeto para a ‘Start Up’ está concluído e pronto a candidatar a fundos comunitários assim que surja essa possibilidade e que a cedência do edifício à MKA visou “não perder a oportunidade de cativar aquele projeto”.
O autarca lembrou que o protocolo assinado com a empresa tinha uma cláusula em que esta se comprometia a encontrar uma alternativa caso a candidatura da ‘Start Up’ fosse aprovada.
O BE questionou a entrega do edifício à MKA, a qual, afirmava, resultou da junção de três empresas consultadas para um projeto apresentado durante a pré-campanha eleitoral para as autárquicas de 2021, o qual foi entregue a uma delas, acabando o contrato por ser resolvido por incumprimento.
A concelhia bloquista questionou também o executivo torrejano sobre o que aconteceu ao projeto EVA – Equipa para uma Vida Ativa e se, ao receber o projeto CEOS – Centro de Estudos Observacionais em Saúde, apresentado pela MKA, “diligenciou para, no mínimo, conhecer o perfil e o historial” da empresa.
“Não se detetou que esta empresa era propriedade das três empresas consultadas para a implementação do projeto EVA? Não se teve em conta a experiência, que tudo indica negativa (incumprimento do contrato), com uma delas? Se, apesar de tudo, decidiram assinar o protocolo, exige-se saber porquê”, referiu o BE.
Pedro Ferreira disse lamentar que se tenha omitido que a empresa tem protocolos com a P5-Centro de Medicina Digital/Universidade do Minho e a CESPU-Cooperativa de Ensino Superior Politécnico, que asseguravam a existência de conhecimento para desenvolvimento e capacitação de um Centro de Investigação Clínica em Torres Novas.