A Câmara Municipal de Azambuja, aprovou esta quarta-feira, 5 de Fevereiro, por unanimidade, uma proposta para impedir o alargamento do aterro do concelho, gerido pela empresa Triaza, que é contestado pela população.

A proposta foi aprovada, durante uma reunião extraordinária do executivo municipal, liderado pelo socialista Luís de Sousa, que foi acompanhada por cerca de três dezenas de populares, que no final entoaram a canção Grândola Vila Morena.

Em causa estava um pedido de alteração do calendário de licenciamento do aterro de Azambuja, solicitado pela empresa gestora Triaza, que pretendia prolongar no tempo os pedidos de autorização para a abertura de duas novas células.

Na prática, a empresa, do grupo SUMA, pretendia estender a sua actividade até 2024, quando o calendário inicial estabelecia 2021.

“Este é o primeiro passo para limitar a actividade do aterro e fechá-lo”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa.

Esta reunião foi acompanhada por algumas dezenas de moradores, bastante indignados, que tiveram oportunidade de intervir durante os trabalhos.

“Não queremos aquela lixeira. Queremos um futuro saudável”, afirmou uma moradora.

Outro dos presentes criticou o facto de, no passado, a Câmara ter permitido a instalação do aterro, mas pediu que, no futuro, se faça tudo para o encerrar.

“Estamos na fase do arrependimento, mas é importante agora ter uma agenda e evitar que a Triaza renove a licença ambiental”, atirou.

Luís de Sousa reconheceu as críticas, mas assegurou que, “daqui para a frente”, a Câmara vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para fechar a lixeira”.

O autarca referiu que, na próxima semana, irá deslocar-se à Comissão de Ambiente na Assembleia da República para abordar os problemas do aterro, que fica situado a 500 metros da vila de Azambuja.

Na sua intervenção, o vereador do PSD Rui Corça lamentou a passividade das entidades fiscalizadoras, que, “apesar das evidências”, não conseguem encontrar nenhuma ilegalidade.

“Eu não sinto confiança nas entidades públicas. Deviam ser elas as primeiras a salvaguardar as pessoas. Existem ilegalidade a céu aberto e à vista de todos, mas os relatórios dessas entidades são inócuos”, criticou.

Por seu turno, o vereador da CDU, David Mendes, defendeu a importância da mobilização popular para fechar o aterro.

A Lusa tentou obter uma reacção da empresa Triaza, mas tal não foi possível, até ao momento.

O aterro da Azambuja foi inaugurado em 2017 e representou um investimento de 1,8 milhões de euros, tendo desde o início da sua construção sido contestada pelos moradores e por partidos da oposição.

Mais de dois anos depois, o mau cheiro e a existência de centenas de gaivotas no meio do lixo fez com que a população avançasse com uma petição ‘online’ para exigir que o aterro seja encerrado, “salvaguardando dessa forma a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar” das pessoas.

A este aterro, que fica a céu aberto, chegam toneladas de resíduos vindos de Itália, Reino Unido e Holanda.

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