O executivo da Câmara de Santarém rejeitou, na segunda-feira, dia 15 Novembro, a Moção do vereador do partido Chega para a realização de uma sessão solene do 25 de Novembro de 1975, homenageando o Regimento de Comandos da Amadora, “bem como todos aqueles que contribuíram para que hoje possamos festejar a liberdade”.
Na apresentação desta proposta, Pedro Frazão justificou esta celebração como uma homenagem a quem travou “o primeiro passo para a substituição de um regime autoritário por um regime totalitário tal como os que hoje sufocam” Cuba, Coreia do Norte ou Venezuela.
A proposta contou com o voto favorável do representante do Chega e dos votos contra dos vereadores eleitos pelo PSD e PS.
Manuel Afonso, líder da bancada socialista, justificou a posição do partido dizendo não ser necessário trazer para a memória colectiva um período da história de má memória.
“O 25 de Novembro é para estar enterrado. O País hoje tem um regime democrático que funciona”, declarou Manuel Afonso, que viveu de perto estes tempos conturbados.
Segundo recordou, na altura, era ‘Comando’ no Regimento da Amadora, e “o País esteve à beira da Guerra Civil”. “Foi uma altura muito complicada”, disse, rememorando que dois dos seus camaradas de armas foram mortos “cobardemente, com tiros pelas costas” na Ajuda.
“Há coisas que não valem a pena serem desenterradas”, afirmou.
No texto da moção pela instauração da celebração solene, lê-se que “esteve prestes a vingar em Portugal a estratégia que visava colocar o nosso país sob a tutela de um regime autoritário à imagem da então existente e hoje já defunta União Soviética”, sendo então “fundamental a pronta reacção dos militares democratas ao golpe preparado para o dia 25 de Novembro pelos militares próximos do PCP e da extrema-esquerda”.
Referindo-se em concreto à intervenção do Regimento de Comandos da Amadora, sob o comando de Jaime Neves, “e de vários outros corajosos democratas” nessa data de 1975, o vereador eleito pelo Chega defendeu na proposta rejeitada em reunião de vereação que desse modo se evitou “o primeiro passo para a substituição de um regime autoritário por um regime totalitário tal como os que hoje sufocam países como Cuba, a Coreia do Norte ou a Venezuela”.