O presidente da Câmara de Tomar lamentou esta terça-feira, dia 06, o encerramento dos escritórios da Critical Software no concelho, mas relativizou a questão, lembrando que os cerca de 20 funcionários da empresa tecnológica já exerciam principalmente funções em teletrabalho.
“O que apurei junto das entidades é que, efectivamente, formalmente e administrativamente, a delegação da Critical [Software] em Tomar deixará de existir. Esteve sempre em instalações do Instituto Politécnico de Tomar, sempre na casa das 20 pessoas, portanto, nunca evoluiu para além disto, o que não quer dizer que, na práctica, nomeadamente para os trabalhadores afetos, venha a existir uma grande diferença”, disse hoje à Lusa o presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão (PS).
Ainda segundo Hugo Cristóvão (PS), “há bastante tempo, provavelmente desde a pandemia [de covid-19], que estes funcionários estão, na generalidade, a trabalhar em teletrabalho”.
Portanto, acrescentou, só se deslocavam um ou dois dias ao local físico de trabalho.
“Creio que isso se manterá assim. Eventualmente, esse local físico de uma ou duas vezes por semana é que não será em Tomar”, afirmou.
O presidente executivo (CEO) da Critical Software, João Carreira, confirmou em Julho o encerramento dos escritórios em Tomar, no distrito de Santarém, e também em Vila Real. Os 60 trabalhadores de Tomar e de Vila Real vão prestar serviços noutros locais da empresa e receber um subsídio mensal de transporte.
João Carreira justificou a decisão com a “estagnação do crescimento nesses escritórios, em contraste, por exemplo, com o sucesso do escritório em Viseu, que cresceu significativamente de 20 para cerca de 100 colaboradores desde que foi inaugurado”.
No conjunto, os dois escritórios “têm cerca de 60 colaboradores que passarão, com esta mudança, a poder prestar serviço nos vários escritórios da empresa – Porto, Coimbra, Viseu e Lisboa – nos dois dias definidos de trabalho presencial do atual modelo de trabalho híbrido”, referiu.
À Lusa, o presidente da Câmara de Tomar reconheceu ser “sempre grave” para o município quando uma empresa fecha, ainda que neste caso se esteja a falar de apenas uma delegação, mas considerou que também é preciso relativizar a questão.
“Tomar tem hoje umas largas centenas, 500 a 600 pessoas, a trabalhar na área das novas tecnologias” e a Critical Software “era uma pequena gota nesse oceano que tem vindo a crescer”, salientou o autarca.
A Critical Software é uma empresa de ‘software’ e sistemas de informação portuguesa, com sede em Coimbra, que está “há mais de 25 anos a trabalhar em alguns dos setores mais exigentes, desenvolvendo soluções de software e serviços de engenharia para o suporte de sistemas críticos orientados à segurança, à missão e ao negócio de empresas”, lê-se no ‘site’ oficial da empresa.