O Teatro do Silêncio vai realizar no Cartaxo, nos próximos dias 20 e 27, duas “caminhadas performativas”, num projecto que se propõe “ligar o corpo ao território através do acto de caminhar”, inserido na programação da Materiais Diversos.
No âmbito do projecto “Caminhar para Unir Territórios”, estas serão duas das quatro caminhadas que o Teatro do Silêncio vai criar, este ano e no próximo, nos concelhos do Cartaxo e de Alcanena, unindo os territórios onde a associação Materiais Diversos desenvolve o seu trabalho, “bem como revelar as suas identidades, problematizando tensões e idiossincrasias”.
“O conceito deste projecto é ligar o corpo ao território através do acto de caminhar. Nestas caminhadas não se procura uma estética particular, mas destabilizar os papéis de espectador e performer, criando comunidades temporárias”, afirma a Materiais Diversos.
Na tarde do próximo dia 20, a “caminhada performance” vai acontecer no espaço que vai do Centro Cultural do Cartaxo ao Parque de Santa Eulália, ao longo de 4,5 quilómetros, e, no sábado seguinte, nos 11 quilómetros que separam a estação ferroviária do Setil da aldeia da Palhota.
No dia 26 à noite, o Centro Cultural do Cartaxo receberá a antestreia da dança/performance de António Torres, “Swan Fake”, que subverte elementos da dança clássica “trazendo-os ao diálogo com a contemporaneidade”.
“Explorando conceitos como dualidade, género e o binómio homem/animal, bem como revisitando ‘O Lago dos Cisnes’/’Swan Lake’ (de Tchaikosvsky), um cisne/homem ressurge num ser corrompido, desmembrado, provocador e áspero”, afirma a sinopse do espectáculo.
A antestreia acontece após uma residência técnica no Cartaxo, sendo o espectáculo uma co-produção Espaço do Tempo, com apoio à criação da Materiais Diversos.
A programação da Materiais Diversos para este mês inclui ainda, no fim-de-semana de 27 e 28 de Outubro, em Alcanena, a instalação interactiva “RE.RIGHT VOL I”, de Rodrigo Pereira.
A instalação mostra o resultado do projecto multidisciplinar que explora diferentes formas de conversar, a partir de conversas com várias pessoas registadas em vídeo, “propondo aos visitantes/participantes ampliar o sentido das palavras originais através, não só, de relações semânticas, mas, também, visuais e sonoras”.
No âmbito das residências artísticas promovidas pela associação, no cineteatro Rogério Venâncio, em Minde, está a decorrer desde dia 01 e até à próxima quarta-feira, a preparação da dança/performance “Entre Cães e Lobos”, projecto cénico de Gustavo Ciríaco.
O projecto explora a construção de paisagens a partir de relatos e descrições “guardadas apenas nas memórias de anciães” e de “paisagens oníricas, desenhadas e imaginadas por crianças”, pelo que, durante a residência em Minde, Gustavo Ciríaco dinamiza oficinas de pesquisa artística com grupos de crianças e de seniores.
No Centro Cultural do Cartaxo, começou hoje e decorre até dia 19 a residência artística de Catarina Requeijo para a peça “Mesa”, inspirada no livro “Uma mesa é uma mesa. Será?” (Planeta Tangerina), co-produção Comédias do Minho, LU.CA e Materiais Diversos.
O espectáculo “pretende explorar, em várias dimensões, um objecto muito próximo das crianças — a mesa. Há mesas de vários materiais, tamanhos e formas, mas o que mais faz variar este objecto é a forma como cada um se relaciona com ele. Não há certo nem errado, só diferentes formas de olhar”, afirma a nota da Materiais Diversos.
A associação, que tem como directora artística Elisabete Paiva, inicia, ainda, no próximo domingo à tarde, o projecto “Ver no Escuro”, que, uma vez por mês, até Maio de 2019, proporciona conversas no final de espectáculos, para aprofundar, “de forma livre, mas criteriosa, as questões que as obras, os artistas e os espectadores tragam à discussão”.
A primeira conversa vai acontecer no Teatro Nacional D. Maria II após a representação de “O Grande Tratado de Encenação”, do Teatro Experimental do Porto.
Nos dias 29 e 30, no Teatro Municipal São Luiz, também em Lisboa, Elisabete Paiva participa no painel “(Des)envolver públicos”, no âmbito da iniciativa “O Público Vai ao Teatro”.