Os trabalhadores dos CTT de Santarém decidiram hoje, em plenário, entrar em greve no próximo dia 08, se até lá a administração da empresa não resolver a falta de condições em que dizem estar a trabalhar nas novas instalações.

Dina Serrenho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações, disse à Lusa que a Comissão de Trabalhadores vai fazer chegar à empresa as preocupações hoje manifestadas pelos trabalhadores quanto às condições das instalações na zona industrial de Santarém, para onde foi transferido, na passada segunda-feira, o Centro de Distribuição Postal (CDP) da capital do distrito, bem como quanto à acumulação de correio.

Afirmando que não foram feitas as devidas adaptações no pavilhão na zona industrial para onde o CDP de Santarém foi transferido, a dirigente sindical acrescentou que está ainda por distribuir correio que veio das instalações anteriores, com a agravante de, declarou, terem sido reduzidas cinco voltas, que foram “reintroduzidas nas que já eram feitas com dificuldade”.

Dina Serrenho afirmou que o chão do pavilhão é em cimento e não foi devidamente limpo, que só há duas casas de banho para 60 trabalhadores, que não há bebedouros de água e que o trabalho é dificultado pelas condições acústicas, com “uma barulheira idêntica à de uma feira”.

“Os trabalhadores estão stressados, revoltados”, disse, afirmando que se acumulam “caixotes de correio” por entregar.

Questionada pela Lusa, a empresa afirmou ser normal, num processo de mudança de instalações, existirem “ligeiras perturbações” nos circuitos de distribuição nos primeiros dias, estimando que, “no decorrer das próximas semanas, toda a organização esteja a funcionar no pleno das suas capacidades e que toda a situação possa ficar regularizada rapidamente”.

“Os CTT lamentam eventuais constrangimentos causados aos clientes, na certeza de que esta decisão vai corresponder a melhor qualidade de serviço às populações”, afirma.

Segundo a empresa, esta mudança, que ocorre na sequência da venda do edifício situado na cidade de Santarém, “permite dotar o CDP de meios e recursos que nas anteriores instalações não eram possíveis, além de optimizar os respectivos circuitos de distribuição”, salientando não ter, até ao momento, “de forma geral, (…) registo de impacto nas pessoas e nas empresas”.

“Os CTT têm mantido uma prestação de serviço de distribuição digna de reconhecimento pelo empenho e dedicação em prestar um serviço de qualidade às populações, estando permanentemente focados em oferecer serviços postais de forma universal, com qualidade e eficiência, ao mesmo tempo que têm sempre como preocupação uma sã e adequada gestão das suas pessoas e dos seus recursos, tendo em vista garantir, não apenas a sua sustentabilidade, mas também a do Serviço Postal Universal (Serviço Público)”, acrescenta.

A empresa vendeu, por 2,2 milhões de euros, o imóvel de que era proprietária, à entrada do centro histórico da cidade, ao ISLA Santarém, instituição de ensino superior privada que, desde 2019, tinha arrendado o primeiro andar do edifício.

Além da mudança do CDP para a zona industrial, a estação dos correios, onde se faz o atendimento ao público, vai passar para um edifício na Avenida António dos Santos, próximo do imóvel que foi vendido.

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