A Casa dos Patudos comemorou, no passado sábado, dia 15 de Maio, o seu 61.º Aniversário da abertura ao público. Em 1960, com a visita do Ministro do Interior, Tenente-Coronel Arnaldo Schulz, foi realizado este importante acontecimento para a história desta Instituição, cerimónia que contou também com a presença do presidente da Câmara Municipal de Alpiarça de então, António Augusto Proença, do Governador Civil de Santarém, António Passos Canavarro e de Raul José das Neves, anterior presidente da autarquia, entre outras individualidades da terra.

Após a cerimónia de boas vindas, foi apresentado o programa museológico pela Conservadora, Maria de Lurdes Bártolo e pelo Arquitecto especialista em Museografia, Samuel Quininha. Foi assim realizada a vontade de José de Mascarenhas Relvas, proprietário da casa, que a legou ao Município de Alpiarça para que fosse aberta ao público.

“Ao longo destes 61 anos temos mantido este legado, único no país, contribuindo para a sua preservação e divulgação. Disso são exemplo o reconhecimento da Entidade Regional de Turismo que nos agraciou com o prémio de Melhor Projecto Público 2015 e 2017, nos Prémios Turismo do Ribatejo. Também a Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH), que pelo trabalho notável de recuperação do edifício e dos espaços envolventes da Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça, atribuiu, no Dia Nacional dos Centros Históricos, a Medalha de Ouro ao Município de Alpiarça”, refere o conservador do museu, Nuno Prates.

Legado do político republicano José Relvas, a Casa dos Patudos, em Alpiarça, foi resgatada, graças aos fundos comunitários, do declínio em que havia entrado na década de 1990, sendo hoje referência do património nacional.

A juntar às visitas, há ainda outras actividades que decorreram ao longo do ano como a apresentação de livros, as exposições temáticas, evocação de efemérides e conferências que divulgaram e promoveram a história da Casa e do concelho.

Com o primeiro projecto de reabilitação apresentado em 1998, no mandato do socialista Joaquim Rosa do Céu, a casa que José Relvas (o homem que proclamou a República da varanda da Câmara Municipal de Lisboa em 5 de Outubro de 1910) mandou construir no início do século XX, com desenho do arquitecto Raúl Lino, viu travada a degradação que estava a ser provocada pelas infiltrações de água a partir da cobertura.

Começou aí um lento processo de reabilitação concluído em 2013 e que deu à Casa dos Patudos não só a reabilitação do edifício, mas, também, um novo percurso expositivo com a abertura de espaços até aí fechados ao público e o restauro de muitas obras, mostrando a colecção de arte reunida por José Relvas ao longo da sua vida.
“Abriram-se novos circuitos museológicos, proporcionando uma nova visão pelo espaço privado da casa e valorizando a colecção de arte com mais de 8.000 peças”, diz o conservador do museu, Nuno Prates, referindo o “aumento significativo” do número de visitas, Nuno Prates frisa a “importância enorme para o concelho” de um espaço que se tornou “uma referência na museologia nacional e internacional”.

A conclusão do projecto de reabilitação permitiu, pela primeira vez, a circulação pela zona mais íntima da casa que foi habitada pela família do republicano José Relvas no início do século XX.

“José Relvas entre os seus” é o nome deste circuito temático que abriu as portas para o segundo andar da casa, para uma visita aos quartos de José Relvas, da mulher, D. Eugénia, e dos hóspedes, com uma passagem pelas portas fechadas do quarto onde se suicidou o filho Carlos e que, por vontade testamentária, nunca poderá ser mostrado ao público.

O longo corredor, que termina com uma casa de banho reconstituída à época, foi transformado numa galeria de arte portuguesa e espanhola, mais um espaço para dar a conhecer a vastíssima colecção reunida por José Relvas ao longo da sua vida e que legou, juntamente com a casa, ao município de Alpiarça.

A primeira fase das obras de reabilitação, que representaram um investimento da ordem dos 1,2 milhões de euros do total previsto de 2,5 milhões, permitiu a reabilitação estrutural do edifício e a introdução de melhorias, como a criação de acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida, novos espaços de apoio administrativo e logístico.

Foi também criado um espaço de reserva para obras que não estão expostas, outro para receber o vasto arquivo documental, junto a uma sala de leitura, além de terem sido repostos os circuitos tradicionais, nomeadamente com a reposição, no hall junto à escadaria de acesso ao primeiro andar, da parte do painel de azulejos que representa cenas da vida agrícola e que havia sido retirado quando a casa foi transformada em museu, em 1960.

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