Um padre católico e um grupo de peregrinos do Sri Lanka, que pretendiam visitar este fim-de-semana o Santuário de Fátima, queixaram-se de lhes ter sido negado o visto de entrada em Portugal.
Os católicos cingaleses, da diocese de Trincomalee, no leste do Sri Lanka, solicitaram o visto junto da Embaixada francesa em Colombo, no dia 4 de Setembro, mas o pedido “foi rejeitado”, afirmou o lusodescendente Earl Barthelot, que integrava o grupo.
A Embaixada de França representa a portuguesa em Colombo, após um acordo assinado com a Embaixada de Portugal na Índia, explicou.
O grupo tinha planeado aterrar no Porto na passada quinta-feira, para o início de uma viagem que passaria por Fátima – onde arranca hoje a peregrinação internacional aniversária -, mas também por Lisboa, onde os cingaleses tinham previsto visitar o Museu da Fundação Oriente, e ainda por Sintra.
Perante a recusa, Earl Barthelot disse ter escrito várias vezes à Embaixada portuguesa em Nova Deli, bem como ao consulado português em Colombo, mas as representações diplomáticas “nunca responderam aos telefonemas ou e-mails”, lamentou.
O lusodescendente afirmou ainda ter contactado directamente o embaixador português na Índia, o embaixador português em Banguecoque e até conselheiros das comunidades portuguesas. “Ninguém respondeu”, disse.
Aquando da aplicação, Barthelot garante ter enviado todos os documentos exigidos, além de uma carta-convite da Fundação Oriente e do Duque de Bragança, tendo esta última sido remetida à agência Lusa.
Entre os documentos enviados à Embaixada francesa constava ainda uma recomendação da arquidiocese de Colombo, à qual a Lusa também teve acesso.
“Muitos católicos e não católicos, nomeadamente descendentes de portugueses, estão muito interessados em visitar Portugal pelo menos uma vez na vida (…) mas nunca antes um descendente de portugueses teve a oportunidade de lá ir, excepto eu”, apontou.
Earl Barthelot esteve presente, em Julho, no festival “Culturas do Mundo”, em Cantanhede.
“Por que é que o Governo português depende da embaixada francesa? Por que é que não existe uma Embaixada portuguesa em Colombo”, questionou, lamentando que “nem o Governo português nem o Governo cingalês” reconheçam os descendentes de portugueses no Sri Lanka.