O Teatro Municipal de Bragança, o Centro Cultural do Cartaxo e o Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre são os próximos parceiros da rede Eunice, anunciou o Teatro Nacional Dona Maria II (TNDM), em Lisboa.

Estes espaços culturais juntam-se assim ao Teatro Municipal de Portimão, que ingressou na Rede Eunice Ageas há dois anos, e com quem o TNDM continuará a trabalhar por mais um ano.

Este projecto é uma iniciativa de difusão de espectáculos produzidos e co-produzidos pelo D. Maria II, que se desenvolve em parceria com municípios que queiram reforçar a oferta teatral de qualidade nas suas comunidades.

Neste âmbito, os espectáculos que vão rodar por toda a rede são “Um Outro Fim para a Menina Júlia”, “Antígona” e “Fake”, disse o director artístico do Dona Maria II, Tiago Rodrigues.

São “espectáculos distintos entre si, não tratamos toda a rede da mesma forma, dialogamos, tentamos perceber quais são as necessidades, fazer uma proposta de espectáculos que possa rodar por toda a rede, mas de acordo com as necessidades”, explicou.

“Um Outro Fim para a Menina Júlia” foi escrito e dirigido por Tiago Rodrigues, a partir de August Strindberg, foi apresentado durante três meses no TNDM e estará em digressão a partir de Fevereiro.

Segue-se “Antígona”, um espectáculo encenado por Mónica Garnel, “um clássico e um espectáculo de grande escala que muitas vezes não chega a estes teatros municipais com menos capacidade financeira para comprarem espectáculos e organizarem digressões”.

Depois será a vez de “Fake”, “um espectáculo de Miguel Fragata e Inês Barahona, que se estreará connosco em Março e que seguirá depois em digressão para os quatro teatros ageas, uma escrita original absolutamente actual sobre as ‘fake news’ e a desinformação”.

“Portanto conseguimos conjugar uma adaptação, um texto clássico e um texto novo e três propostas estéticas muito distintas que irão rodar este ano pela rede Eunice Ageas”, sublinhou o responsável.

Nos últimos três anos, a Rede Eunice — que toma o nome da actriz Eunice Muñoz — estendeu-se ao Funchal, Sardoal e Vila Real, onde o TNDM foi nove vezes com nove espectáculos diferentes, onde realizou oficinas de formação a artistas e técnicos locais, e onde foi estabelecido um “dialogo profundo que vai continuar a dar frutos”.

Tiago Rodrigues faz, por isso, um balanço muito positivo deste projecto, que permite que um teatro como o Nacional Dona Maria II, que é pago com os impostos de todos, de alguma forma chegue a todos, sobretudo a quem não tem possibilidade de vir a Lisboa para ver um espectáculo.

“Temos sessões permanentemente esgotadas, vimos todos os teatros verem reforçados os seus orçamentos pelas autarquias, e vimos que projectos novos começaram nestes teatros. Muitos começaram a programar com artistas que descobriram pela rede Eunice, começaram a organizar grupos de teatro amador ou juvenil, e a desenvolver projectos às vezes inspirados por projectos do Dona Maria II, com a nossa parceria e o nosso apoio”.

É este “efeito transformador” que Tiago Rodrigues quer que o projecto “continue a ter com estes novos parceiros”.

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