A Câmara Municipal de Santarém vai instalar o Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão (CIJVS) num antigo palacete junto às Portas do Sol, a Casa das Palmeiras, doada ao município pela proprietária, na condição de ali ser instalada uma biblioteca.

O anúncio foi feito a 29 de Junho (quinta-feira), numa visita à casa, seguida de uma apresentação do projeto de adaptação do espaço para receber o CIJVS e os perto de 40.000 livros e documentos do seu acervo, da autoria do arquitecto Guedes de Amorim.

O vereador da Câmara Municipal de Santarém com o pelouro da Cultura, Nuno Domingos, afirmou que a cerimónia visou, por um lado, homenagear a antiga proprietária do edifício, Maria de Lurdes Fino, e, por outro, “prestar contas” do cumprimento da vontade expressa no seu testamento.

“Prestamos homenagem cumprindo as regras que Maria de Lurdes Fino definiu para que a casa fosse usada. Promovemos esta sessão para que as pessoas possam conhecer a Casa das Palmeiras. Tivemos de pensar como respeitar o legado e ao mesmo tempo construir um sentido. Este parece-nos um casamento perfeito. Um centro de investigação que tem um potencial conhecido e universal que conta com investigadores associados por todo o mundo”, notou Nuno Domingos.

A sessão sinalizou, ainda, a passagem dos dois anos após a doação, prazo dado pela antiga proprietária para que a casa fosse aberta ao público.

Nuno Domingos afirmou que o convite à população para ir conhecer por dentro a Casa das Palmeiras e o uso que será dado ao espaço simbolizou esse momento, uma vez que a necessidade de elaborar o projeto e de realizar intervenções, algumas delas estruturais, não permitiu ter o espaço pronto no prazo estipulado no testamento.

O presidente do município escalabitano, Ricardo Gonçalves, disse estar certo de que a antiga proprietária ficaria “feliz” com a decisão da instalação do CIJVS no que afirmou ser “uma das joias do centro histórico” de Santarém, cumprindo o seu desejo de ter aqui uma biblioteca.

“Seremos muito audazes, todos no executivo, para que aquilo que foi sonhado seja realizado. Cumprindo aquilo que era o testamento de Dona Maria de Lurdes Fino, que pretendia que este espaço fosse cultural, a decisão que tomámos em conjunto foi a de trazer para aqui o Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão. Para nós será algo também fantástico. Temos a satisfação de conseguir cumprir o sonho de Maria de Lurdes Fino”, declarou Ricardo Gonçalves.  

O espaço será, ainda, dotado de uma cafetaria junto ao jardim e a um dos pátios da casa, outra vontade expressa no testamento, sendo parte do edifício destinado à realização de eventos do município e às Assembleias de Investigadores que o CIJVS promove regularmente.

Ao mesmo tempo que cumpre a vontade testamentária, a decisão de instalar o CIJVS na Casa das Palmeiras veio resolver a necessidade de retirada do centro de investigação, que resultou de uma doação do historiador Joaquim Veríssimo Serrão ao município, do edifício que ocupa desde a sua criação em 2011, o antigo Presídio Militar.

Propriedade da Estamo, o antigo Presídio Militar de Santarém, datado do final do século XIX e classificado como Imóvel de Interesse Público, vai ser transformado numa residência para estudantes, obrigando o município a retirar as valências que têm funcionado no edifício, como o CIJVS e a Universidade da Terceira Idade.

Na sessão realizada na Casa das Palmeiras foram apresentados vários projetos de reabilitação urbana na zona da Alcáçova de Santarém, uns de natureza pública, já concluídos – como o largo fronteiro às Portas do Sol, a Avenida 5 de Outubro (onde se situa a casa), o miradouro de Santa Margarida -, em conclusão – o Museu de São João de Alporão – e o que está em curso na Torre das Cabaças, e outros privados.

João Teixeira Leite, vice-presidente da Câmara Municipal de Santarém, evidenciou todo o trabalho e dedicação que tem sido realizado para erguer o centro histórico da cidade. “É uma tarde positiva falarmos do nosso centro histórico. É muito bom. E conseguimos todos de forma coletiva facilmente inverter uma tendência, que cada vez é menor, de alguns comentários que dizem que o centro histórico está morto. Aquilo que acabamos de ver é exatamente o oposto e isto deve-se a investimento público, a investimento privado e também a uma vontade coletiva de diversas instituições. Queremos mais e melhor para o nosso centro histórico”, declarou. 

Um dos promotores privados, Paulo Gonçalves, apresentou dois projetos imobiliários, um ao lado da Casa das Palmeiras e outro no antigo Colégio de Santa Margarida, tendo Guedes de Amorim mostrado o projeto para uma residência de estudantes do ISLA junto ao Museu de São João de Alporão, um outro, para habitação e lojas, do Montepio Geral, em frente ao antigo Teatro Rosa Damasceno, e o da Santa Casa da Misericórdia de Santarém na antiga judiaria.

Para Ricardo Gonçalves, “a recuperação do centro histórico começa a ser mais visível”, tendo o vice-presidente, João Leite, que detém o pelouro do Turismo, realçado o impacto da regeneração urbana e da realização de grandes eventos na cidade, de que deu exemplo a duplicação do número de dormidas no espaço de um ano.

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