O Comando Sub-Regional do Médio Tejo registou entre as 00h00 e as 11h00 de hoje 64 ocorrências relacionadas com a depressão Cláudia, com a chuva intensa a provocar dezenas de inundações e dois desalojados no concelho de Abrantes.
Em declarações à Lusa, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Médio Tejo, David Lobato, explicou que Abrantes, no distrito de Santarém, foi o município mais afetado, com 26 ocorrências, seguido de Ourém, com 10.
“Desde as 00:00, temos 64 ocorrências, com muitas inundações, desobstruções e quedas de árvores. O mais significativo continua a ser Abrantes, onde se registaram dois desalojados e três deslocados devido à entrada de água nas habitações”, declarou.
Segundo o responsável, as pessoas afetadas foram realojadas em casa de familiares, até ser possível regressarem às suas habitações.
“Temos 10 quedas de árvores, dois desabamentos de estruturas edificadas, cinco limpezas de via, uma operação de resgate aquático e 31 inundações”, detalhou, sublinhando que não há vias cortadas, mas várias zonas com lençóis de água e ribeiras transbordadas, especialmente em Alferrarede, no concelho de Abrantes.
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, confirmou à Lusa a existência de “muitas situações críticas e de inundação de habitações”, sobretudo devido ao transbordo de linhas de água em Rio de Moinhos, Tramagal, Alferrarede, Chainça e Rossio.
“Há pessoas desalojadas, situações que nos preocupam. Estamos a fazer o realojamento através de familiares sempre que possível e, quando não é, recorremos aos nossos meios municipais de resposta”, explicou.
O autarca adiantou que não há feridos a registar, mas destacou que há “pessoas em situação de fragilidade e com bens danificados”, sendo “crítico gerir este volume de ocorrências” registadas devido à forte pluviosidade.
A Avenida António Farinha Pereira, uma das principais entradas da cidade, continua a ser um ponto crítico quando ocorrem chuvas intensas, acrescentou, referindo que o município está a trabalhar em conjunto com as Infraestruturas de Portugal “para encontrar soluções para estes locais problemáticos que se repetem há vários anos”.
Manuel Jorge Valamatos apelou ainda à colaboração dos munícipes: “Cumpram as regras, sigam as instruções das autoridades e colaborem para minimizar os efeitos desta chuva intensa que nos está a atingir”, disse.
Ainda de acordo com David Lobato, caíram cerca de 60 milímetros de chuva nas últimas 24 horas na região, valor equivalente à média mensal.
“Foi muita água em pouco tempo. Os terrenos estão saturados e, com a chuva prevista até domingo, o risco de novas inundações é elevado”, alertou.
O comandante adiantou também que o aviso meteorológico passou de vermelho (o mais grave) a laranja, mas insistiu na importância de comportamentos preventivos.
“Evitar atravessar vias inundadas, manter caleiras e sumidouros limpos e adotar comportamentos de segurança. Todos nós somos Proteção Civil e só juntos conseguimos responder a estas situações”, apelou.
Com sede em Praia do Ribatejo, o comando sub-regional da Proteção Civil do Médio Tejo integra os concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas, e Vila Nova da Barquinha, todos do distrito de Santarém.
