Beatriz Militão, estudante de Mestrado em Engenharia Informática e de Computadores no Instituto Superior Técnico, foi recentemente distinguida com o Prémio de Mérito Deloitte em Ciência de Dados. Atribuído pelo desempenho na respectiva unidade curricular, o galardão reconhece a excelência académica e a dedicação de quem alia a exigência dos estudos a outras paixões – como o futsal, que Beatriz assume como escape e disciplina. Com uma classificação final de 18 valores, a jovem destaca o percurso feito com esforço, ritmo e resiliência. Nesta entrevista ao Correio do Ribatejo, partilha os desafios de estudar no Técnico, a evolução pessoal que viveu ao longo do curso e a paixão por resolver problemas com impacto no mundo real.
O que representou para si a conquista do Prémio de Mérito Deloitte em Ciência de Dados?
Receber este prémio foi um enorme orgulho! É muito gratificante ver que todo o esforço ao longo do curso está a ser reconhecido. Foram muitas horas de estudo e projectos de grupo… por isso, saber que isso teve um impacto positivo é mesmo especial.
De que forma esta distinção reflecte o seu percurso académico e pessoal?
O meu percurso académico começou com algumas dificuldades. Não foi fácil adaptar-me ao ritmo do ensino superior, especialmente numa faculdade tão exigente como o Técnico. Mas com o tempo fui-me encontrando, ganhei ritmo de trabalho, organizei-me melhor, e percebi que, com persistência, tudo se conquista. Este prémio acaba por reflectir essa evolução e resiliência.
A Ciência de Dados é hoje uma área estratégica em múltiplos sectores. Que desafios e oportunidades identifica neste domínio?
A Ciência de Dados está em todo o lado, e isso é tanto uma oportunidade como um desafio. Há uma procura enorme por profissionais nesta área e, por isso, há muito espaço para crescimento e inovação. Mas ao mesmo tempo, exige uma constante actualização, as ferramentas mudam, os dados crescem, e é preciso saber filtrar e interpretar bem a informação. Acho que o grande desafio é mesmo transformar dados em decisões com impacto real.
É também atleta da equipa feminina de futsal do Técnico. Como concilia a exigência académica com a prática desportiva?
O futsal é um escape para mim. Ajuda-me a desligar dos estudos, a descontrair e a manter o foco. Curiosamente, jogar também me tornou mais organizada com o tempo de estudo. Além disso, foi no futsal que fiz amizades para a vida e desenvolvi competências como trabalho de equipa e resiliência que também me ajudam na vida académica.
O que a motivou a escolher a Engenharia Informática e que conselhos daria a jovens que estejam a considerar seguir este caminho?
Para ser sincera, só decidi mesmo escolher Engenharia Informática pouco antes da candidatura. Sempre gostei de matemática e de resolver problemas, e senti que este curso me ia desafiar da melhor maneira. E acertei!
A quem estiver a pensar seguir este caminho, diria para não terem receio só porque nunca programaram antes. Eu tinha programado mesmo muito pouco mas aprende-se tudo do zero. Com curiosidade e dedicação, vão ver que é um mundo fascinante!
Um título para o livro da sua vida?
Entre linhas.
Viagem de sonho?
Porto Rico.
Música que a inspira?
Desenfocao – Rauw Alejandro.
Hobbies preferidos?
Fazer desporto.
Se pudesse alterar um facto da História, qual escolheria?
Escravatura.
Se entrasse num filme, que género escolheria?
Comédia.