O Tribunal de Santarém condenou esta terça-feira, 7 de Outubro, a 12 anos de prisão um homem que matou um outro com quem se envolveu numa discussão quando assistiam a um jogo de futebol num café de Marinhais, em Outubro de 2018.

A presidente do colectivo explicou a aplicação de uma pena “média”, numa moldura penal que vai dos oito aos 16 anos de prisão, pela prática de um crime de homicídio simples, ponderando a “atrocidade” de uma agressão que foi “intensa e dolorosa” e a possibilidade que é dada a António Neves, até aqui com antecedentes por “bagatelas criminais”, para se regenerar.

O arguido foi ainda condenado ao pagamento de uma indemnização de 85.000 euros ao filho da vítima.

O Tribunal considerou provados os factos constantes da acusação do Ministério Público, segundo os quais, por motivos não apurados, António Neves envolveu-se numa discussão com João Calado quando assistiam a um jogo entre o Futebol Clube do Porto e o Sport Lisboa e Benfica num café em Marinhais, no concelho de Salvaterra de Magos, tendo-o esfaqueado já no exterior do estabelecimento.

A juíza afirmou que o Tribunal desvalorizou o depoimento de António Neves, por este ter apresentado uma “versão inconsistente e incongruente”, nomeadamente ao afirmar que se defendeu e que esfaqueou a vítima por achar que este ia buscar uma arma à mala do carro.

Referiu o facto de as testemunhas ouvidas durante o julgamento terem afirmado que viram a vítima, já esfaqueada, a sair do quintal de uma casa em frente do café para tentar pedir ajuda, a viram a cambalear e, já no chão, a ser alvo de dois pontapés desferidos por António Neves na cabeça.

Para o Tribunal, “não há dúvida da intenção de matar”, já que o golpe com o canivete foi feito de baixo para cima, atingindo o coração, e, já com a vítima no chão, o arguido ainda a pontapeou na cabeça.

A juíza considerou chocante a indiferença que o arguido demonstrou pelo sofrimento e angústia de João Calado, frisando que, mesmo quando se declarou arrependido, o fez pela situação em que se encontra e não pelas consequências do seu acto na vítima e na sua família.

Em particular, referiu o facto de o arguido não ter mostrado “a mínima sensibilidade” durante o depoimento do filho e da companheira da vítima, pelo que pediu que António Neves aproveite o tempo em que vai estar privado de liberdade para interiorizar a gravidade da sua conduta e pensar no que tem que mudar “para não ser um indivíduo perigoso”.

João Calado tinha 56 anos, era natural de Santana do Mato, Coruche, e residia em Marinhais.

Leia também...

PJ detém mulher por assalto à mão armada

Uma mulher de 36 anos foi detida pela Polícia Judiciaria no concelho de Vila Franca de Xira pela prática de um crime de roubo…

AF Santarém suspende provas distritais de formação de Futebol e Futsal e limita jogos seniores

A direcção da Associação de Futebol de Santarém decidiu esta terça-feira, 10 de Março, suspender todas as provas distritais dos escalões de formação de…

Acidente entre ligeiro e pesado corta o trânsito em Pernes

Um ferido ligeiro é o resultado de um choque na manhã desta quinta-feira, 3 de Janeiro, entre um veículo ligeiro de passageiros e um…

Proteção Civil envia SMS preventivo à população devido a risco extremo

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) enviou hoje mensagens por telemóvel (SMS) às populações residentes nos quatro distritos em estado de…