A Sé Catedral de Santarém recebeu domingo, dia 18 de Dezembro, ao final da tarde, o Concerto Comemorativo dos 50 anos do Coro do Círculo Cultural Scalabitano (CCS).
O grupo escalabitano foi acompanhado pelos músicos da Camerata de Cordas de Leiria ao longo de uma hora de espectáculo, no interior do templo do Largo do Seminário.
O Coro do Círculo Cultural Scalabitano (CCS), actualmente composto por 36 elementos, está, pois, de Parabéns: não só pelos seus 50 anos de vida, mas, sobretudo, por aquilo que tem trazido à cidade em termos de dinâmica cultural, formação de públicos, criatividade e ensino da música.
Facto que foi destacado por Eliseu Raimundo, presidente do Círculo Cultural Scalabitano, na Gala Comemorativa do 68º Aniversário de actividade artística e cultural ininterrupta daquela associação, que decorreu também no domingo e na qual o Coro foi distinguido com a ‘Medalha de Honra’.
“Parabéns ao Coro, em meu nome, que com ele tenho convivido ao logo destes cinquenta anos, e em nome do CCS, que lhe está agradecido. Parabéns às mulheres, aos homens, às crianças e jovens, que, ao longo de cinquenta anos passaram pelo Coro. Parabéns em nome dos milhares e milhares de pessoas a quem serviu recebendo em troca os seus aplausos, sim, porque a melhor contrapartida recebida, pela dedicação, pela entrega, pelo amor, pelo entusiasmo colocado em cada concerto, foi a contrapartida dos afectos traduzidas nos aplausos”, disse, na sua intervenção, o responsável.
Para o Maestro António Matias, o verdadeiro segredo para o actual sucesso deste grupo “é a sua diversidade humana, social e multicultural”.
“Actualmente, o Coro do CCS possui objectivos musicais e humanos cada vez mais exigentes, procurando cuidar da formação de novos públicos, fazendo-se acompanhar de uma dinâmica social de grupo saudável e terapêutica. Como refere o nosso lema: “Juntos, somos mais que Música”, afirmou, numa entrevista recente ao Correio do Ribatejo.
O Coro do Círculo Cultural Scalabitano é herdeiro do Orfeão Scalabitano, fundado em 1925, em Santarém e do Coro Alfredo Keil, cuja actividade decorreu entre 1962 e 1969.
Nos anos 70, e com início em 1972, um grupo de pessoas assumiu a responsabilidade de transmitir aos outros uma herança universal através do canto, dando origem ao actual Coro. Para isso, muito contribuíram os maestros que então o dirigiram: José Robert, Francisco d´Orey e Jorge Matta.
A partir de Outubro de 1978, tomou a direcção do Coro a maestrina Tilita Valente, antiga coralista. O maestro Abílio Figueiredo assumiu a direcção do Coro do Círculo Cultural Scalabitano de 1999 a junho de 2008. Actualmente é dirigido pelo maestro António Matias.
Aniversário do Círculo “carregado de simbolismo”
O Círculo Cultural Scalabitano comemora este ano o seu 68º Aniversário de actividade artística e cultural, pela qual tem marcado indelevelmente a sociedade local e regional, num movimento de grande dinâmica que extravasou as quatro paredes da sua sede e difundiu por todo o país e pelo estrangeiro. “Nada na vida é simples, seja na vida de cada um de nós, seja na existência das Instituições.
A vida do CCS não o tem sido, mas tem, com certeza, valido a pena ser-se associativista nesta grande associação cultural, e fazer parte desta afectuosa família”, afirmou Eliseu Raimundo.
“Tudo tem que ser conquistado passo a passo, mercê de lutas e sacrifícios, em trajectória naturalmente marcada por reveses e vitórias, marcando-se o território percorrido com acções dignas de reconhecimento pelo mérito, compondo um baú de memória a ser, necessariamente preservada, transmitida e colocada em destaque para conhecimento das futuras gerações”, disse ainda o responsável, nesta cerimónia “simples, mas carregada de simbolismo”.
“Torga disse-nos que “A vida afectiva é a única que vale a pena. A outra apenas serve para organizar, na consciência, o processo da inutilidade de tudo.” Mais uma vez o CCS não esquece todos quantos têm dedicado as suas melhores capacidades e generosidade ao bem comum, num gesto altruísta de partilha de valores e interesses, na defesa da valorização cultural e artística. É imprescindível que uma sociedade que se pretende avançada e respeitada, conheça e preserve a sua história bem como os que a fizerem ou estão fazendo”, afirmou Eliseu Raimundo.
“Abraçamos hoje, numa homenagem simples, mas carregada de significado, um conjunto de homens e mulheres que se entregaram ao Círculo em defesa dos seus valores, tendo a sua passagem por esta instituição deixado marcas que se perpetuarão no tempo, revelando a sua capacidade de trabalho, empenho e dedicação, com total desprendimento e mostrando-nos que ser associativista é, acima de tudo, um modo de viver a cidadania”, concluiu.
A cerimónia terminou com a entrega das distinções: Medalha de Mérito, atribuída a Isabel Maria Gonçalves Santos – Departamento Biblioteca Arquivo histórico; Maria Ribeiro Inácio – Academia de dança e Expressão Corporal; Telmo José Nunes de Sá e Seixas – Orquestra Típica Scalabitana; Vasco Alexandre Marques Serrano – Orquestra Típica Scalabitana e Carlos Manuel Pereira Faria – Orquestra Típica Scalabitana.
A Medalha de Honra foi entregue a Conceição Maria Francisco Santos Prino e Margarida de Melo e Castro de Lencastre do Coro do Círculo Cultural Scalabitano. Já o Galardão de Honra Actor Taborda distinguiu António Júlio Rodrigues dos Santos, Maria Fernanda de Jesus Narciso e António José Cunha Matias.