O Bloco de Esquerda viu ontem, 22 de Julho, ser aprovada pela Assembleia da República, a proposta de criação da ‘Grande Ecovia do Tejo’, que contou com os votos a favor do BE, PEV, PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues. Votaram contra a proposta o CDS-PP, IL e CH e abstiveram-se o PS, PSD e PCP.
A proposta foi levada ao Parlamento pela deputada Fabíola Cardoso, eleita por Santarém, que defende que “esta é uma iniciativa de enorme potencial desportivo, educativo, ambiental, cultural e económico. Um projecto de baixo impacto na promoção do desenvolvimento sustentável. Uma ferramenta de promoção do interior e de protecção do rio Tejo”.
Ainda no âmbito desta proposta, o Bloco de Esquerda recomenda ao Governo que apoie os municípios abrangidos pelo rio Tejo na criação de uma ecovia, para circulação a pé ou de bicicleta, desde a fronteira com o Estado espanhol até à foz do rio Tejo, em Lisboa, interligando as vias cicláveis e trilhos pedestres existentes, através de intervenções de baixo impacto e pouco intrusivas.
Recorde-se que, a proposta foi apresentada publicamente no passado mês de Junho, em Santarém, onde o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, referiu que a criação desta Grande Ecovia do Tejo, com caminhos pedonais e cicláveis que se ligará com a Rota da Costa Atlântica (EuroVelo 1), visa alertar para os problemas ambientais e de mobilidade, desenvolver junto das populações uma “consciência ambiental” para com os rios e aumentar o progresso económico, cultural, educativo, social, ambiental e desportivo “para as pessoas e para as economias locais”, pode ler-se no Projeto de Resolução do partido.
“O grande objectivo é aproximar a população do rio Tejo e criar uma consciência ambiental que leve à diminuição da poluição no mesmo. O rio deve deixar de ser visto como um caixote do lixo e passar a ser visto como um importante recurso natural”, esclareceu na altura a deputada do Bloco de Esquerda por Santarém, Fabíola Cardoso.
O plano pretende construir novos percursos e aproveitar as infra-estruturas já existentes, como os segmentos dos Caminhos de Santiago e de Fátima ou os passadiços e trilhos junto ao Tejo, de modo a diminuir o impacto ambiental e valorizar os aglomerados urbanos.
Deste modo, a ecovia trará “benefícios sociais e económicos às populações da região, dinamizando e facilitando a criação de pontos de apoio a ciclistas e caminhantes, designadamente locais de dormida, restaurantes e cafés, oficinas, entre outros”, descarbonizando assim a economia, lê-se na nota.
O Bloco de Esquerda acredita que o projecto, que deverá seguir os moldes de intervenções semelhantes, como a Rota Vicentina, a Grande Rota do Zêzere ou a Via Algarviana, deve ser financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e pelo investimento verde, do fundo europeu.
“O desenvolvimento e o apreço pelo rio é essencial para o progresso e atracção local”, acrescenta ainda a deputada.
A apresentação dos conteúdos e objectivos do projecto realizou-se ontem, no Dia Mundial da Bicicleta, na Fonte de Palhais, em Santarém, pelas 11h00, uma vez que também este município “está de costas voltadas para o rio e é importante inverter essa situação”, explicou a deputada, que é também candidata à câmara.
O Bloco de Esquerda propõe ainda que o Governo “concretize campanhas para a promoção dos modos activos de transporte, divulgando e incentivando a utilização dos percursos pedestres e cicláveis que permitem a fruição do património natural, histórico e cultural do território”, lê-se na mesma nota.