A empresa CTT reconheceu em declarações à Lusa atrasos na distribuição postal em Rio Maior, onde os carteiros estão em greve parcial, admitindo também “dificuldades no processo de contratação” de recursos humanos.
“Os CTT confirmam a existência de alguns objectos por entregar, sendo que está em curso um processo de reforço dos recursos humanos neste centro de distribuição para que a situação seja regularizada o mais rapidamente possível”, disse à Lusa fonte oficial da empresa.
A resposta decorre de um pedido de esclarecimento da Lusa depois das declarações de Dina Serrenho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNCT), que disse existirem no Centro de Distribuição Postal em Rio Maior “50 mil objectos acumulados por distribuir”.
Segundo disse hoje à Lusa a sindicalista, os carteiros, em greve parcial, imputam o atraso à “falta de recursos humanos”.
Fonte oficial da empresa referiu que “os CTT respeitam o direito à greve dos trabalhadores”, salientando que a paralisação em Rio Maior, que se iniciou em 01 de Junho e se prolonga até dia 18, é referente às duas primeiras horas do dia, ou seja, “uma greve parcial”.
Relativamente ao centro de distribuição de Santarém, a empresa garante ter a “distribuição de objectos regularizada, apesar do pré-aviso de greve”, que prevê uma paralisação parcial entre 17 e 30 de Junho.
“Os CTT estão em processo de recrutamento activo para estes dois centros de distribuição, mas admitem dificuldades na contratação de novos recursos humanos, sobretudo para o centro de distribuição de Santarém”, pode ler-se na informação enviada à Lusa.
A empresa lamenta ainda “eventuais transtornos que a greve possa causar aos seus clientes”, assegurando que tudo fará “para minimizar esses eventuais transtornos”.
A sindicalista Dina Serrenho havia afirmado hoje à Lusa que o concelho de “Rio Maior está neste momento com cerca de 50 mil objectos por entregar” e que, “ao dia de ontem” [terça-feira] estavam “ainda a entregar objectos do dia 10 de Maio”, situação que disse ser “grave”.
Além disso, acrescentou, a “falta de recursos humanos está a afectar outras zonas” do distrito de Santarém, onde os carteiros também vão realizar jornadas de protesto.
“Tudo o que é correspondência de água, luz, telefones, baixas e abonos está em prateleira porque não conseguimos entregar”, afirmou, dando conta que “o panorama no distrito é semelhante ao que se passa em Rio Maior, com lutas marcadas em vários centros de distribuição, nomeadamente em Santarém, a partir de amanhã [quinta-feira], em frente aos CTT, e em Abrantes, no dia 24 de Junho”, com protesto diário entre as 08:30 e as 10:30.
Em Rio Maior, onde os carteiros estão em greve parcial de duas horas diárias desde o início de Junho, o protesto é interrompido na sexta-feira, dia 18, mas a dirigente sindical assegurou que “a luta regressa no dia 28 de Junho, se até lá o problema não for resolvido”.
As estimativas do sindicato apontam para a “necessidade urgente e entrada imediata” de seis carteiros em Rio Maior, oito em Santarém (com distribuição também nos concelhos de Almeirim e Alpiarça) e cinco carteiros em Abrantes.