19 anos depois o Sporting Clube de Portugal foi Campeão Nacional de futebol.
Naturalmente que, para aqueles que são do Clube Alvalade, não só estão de parabéns, como são merecedores desses parabéns.

O seu Presidente, Frederico Varandas teve tudo e quase todos contra ele.
Desde logo, dentro do Sporting, clube carregado de “castas”, umas mais puras e que estão diretamente ligadas às raízes do Clube e outras de índole mais “popular”, mas com ambição do poder.

Naturalmente que os maus resultados e algumas contratações sem explicação (Jesé, lembram-se dele?), acrescido do enorme risco na aposta na contratação de um jovem treinador, com um custo elevado, pouca experiência e assumidamente benfiquista, conduziu a um estado de desconfiança. Os resultados não foram aparecendo e o início de época não era prometedor.

Eis quando acontece aquele que foi, talvez, o momento da mudança sem se dar conta – a derrota com o Lask Linz.

Liberto de compromissos europeus e pouco tempo depois da Taça de Portugal, a partir daquele momento o Sporting soube-se unir, fechar-se enquanto Equipa, com uma liderança clara e forte dentro da Equipa e para fora, Ruben Amorim, e com Varandas a intervir pouco e apenas quando necessário.

A par disto, uma mistura perfeita de novos jogadores formados no Clube com jogadores experientes e com tarimba nos principais relvados europeus, foram pouco e pouco apresentando resultados. Pode-se dizer que tudo correu bem ao Sporting, mas a verdade é que também tudo fizeram para que lhes corresse bem (basta ver a quantidade de golos marcados nos últimos 10 minutos de jogo).

Conclusão de tudo isto, o Sporting foi não só campeão de inverno, ao vencer a Taça da Liga, como foi Campeão Nacional. A par disto, tem talvez o jogador revelação, Pote e o jogador mais importante do campeonato – o seu Capitão, Coates.

Por tudo isto, porque chegou até à penúltima jornada sem derrotas e com a melhor defesa, com mais vitórias e mais pontos que os adversários, o Sporting é um justo vencedor.

Como Benfiquista, resta-me esperar que o meu Clube possa conquistar a Taça de Portugal, que nunca será uma consolação, nem pensar, e que possa ter aprendido com a quantidade de erros cometidos nesta época, aparecendo para o ano, de forma clara, com uma Equipa que honre o Manto Sagrado e não apenas com um conjunto de jogadores que usam umas camisolas encarnadas que representam um Clube com 117 anos de História.

Ricardo Segurado – Jurista

Leia também...

‘Por este rio acima…’, por Ricardo Segurado

Data de 1982 a edição de um dos melhores álbuns da música…

“A realidade da resposta dos nossos serviços públicos”, por Isaura Morais

Caros leitores deste nosso Correio do Ribatejo,É com muito gosto que volto…

Os banqueiros são nossos amigos…

Uma dia, um famoso banqueiro ia na sua viatura de luxo quando…

Ainda sobre o Campo Infante da Câmara…

Vivemos com atenção e interesse as iniciativas e as propostas dos putativos…