A diretora-geral da Saúde apelou aos empregadores e às escolas para que recebam “sem nenhum receio” os funcionários e os alunos que tiveram a declaração médica de alta clínica de covid-19 porque “estão aptos a voltar”.
Até agora, o regresso destes doentes à escola ou ao local de trabalho estava dependente da apresentação de um teste negativo para o SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, mas a actualização da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), que reduz o período de isolamento para 10 dias, a realização de teste deixa de ser necessária.
Questionada na conferência de imprensa de actualização dos números da pandemia de covid-19 se os serviços estão a seguir esta orientação, Graça Freitas afirmou que não pode garantir à data que esteja a ser cumprida por todos, porque “há sempre um período de transição em que há doentes que estão ainda no regime anterior” em que era necessário o teste e mais dias de quarentena (14).
“Pelo menos, progressivamente os serviços vão adoptando essa recomendação”, mas “a evolução natural será para os 10 dias sem necessidade de teste para os doentes com doença ligeira a moderada que não tenham tido agravamento dos seus sintomas e que estejam sem febre e sem medicação para a febre nos últimos três dias.
Segundo a diretora-geral da Saúde, esse é o critério agora internacionalmente aceite de acordo com a melhor evidência científica disponível.
“Portanto, essa vai ser a tendência em todos os nossos serviços para ser adoptada como critério de alta clínica e como critério determinar o isolamento clínico”, justificou.
Graça Freitas quis deixar um apelo aos empregadores e às escolas, no caso das crianças, que recebem estes doentes para não terem “nenhum receio porque esse é agora o critério que a evidência científica indica”.
“Se as pessoas tiverem alta clínica quer dizer que estão aptas a voltar quer ao trabalho quer a escola”, salientou.
De acordo com a mesma norma da DGS, os casos de doença grave ou crítica têm de permanecer em isolamento 20 dias desde o início de sintomas, o mesmo tempo definido para os doentes que tenham problemas de imunodepressão grave, independentemente da gravidade da doença.
A DGS sublinha ainda que no caso de profissionais de saúde ou prestadores de cuidados de elevada proximidade, de doentes que vão ser admitidos em lares ou unidades de cuidados continuados ou paliativos ou doentes que vão ser transferidos nas unidades hospitalares para áreas não dedicadas, será preciso sempre um teste negativo para que o isolamento seja considerado completo.