O Hospital Distrital de Santarém (HDS) assinalou, a 12 de Maio, o Dia Internacional do Enfermeiro, com actividades dirigidas à comunidade que decorreram, durante a manhã, no Jardim da República, numa parceria com o município escalabitano.
O evento, que contou com a parceria da Escola Superior de Saúde de Santarém (ESSS) e do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria, incluiu a realização de rastreios – de glicemia (diabetes), colesterol, tensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crónica –, acções de informação sobre temáticas da saúde e várias outras actividades como um ‘workshop’ de pintura ou a mostra “Evolução das fardas dos enfermeiros no HDS”.
“Este dia visa marcar o voltar a uma nova normalidade. Há dois anos que era, de alguma forma, vedado este tipo de iniciativas e, neste momento, tanto os cidadãos como os profissionais sentiam necessidade de retomar este tipo de actividades, sendo que o Hospital de há uns anos para cá tem-se aproximado muito da comunidade”, disse ao Correio do Ribatejo João Formiga, Enfermeiro Director do HDS.
“Esta iniciativa tem a ver com a missão que o Hospital deve abraçar, que é o aproximar à comunidade: o Hospital tem a missão de prestar cuidados diferenciados, não obstante termos de proceder a este aproximar, este despiste mais precoce, de algumas complicações através dos rastreios que estamos a realizar”, reforçou o responsável, sinalizando que este tipo de rastreios “são aspectos simples, mas fundamentais para chegar precocemente áquilo que podem ser sinais que possam trazer complicações”.
Ao fim de mais de dois anos de luta contra a Covid-19, foram muitos os sacrifícios. Esta realidade alterou de forma transversal todos os aspectos da vida quotidiana, trazendo mais limitações, menos segurança e mais incerteza quanto ao futuro.
Porém, nenhuma outra comunidade teve de sacrificar tanto quanto a comunidade de saúde, nomeadamente os enfermeiros – peças fundamentais na luta contra este inimigo invisível.
“É verdade os enfermeiros têm um campo de autonomia próprio e, se já habitualmente o desenvolvem, nestes dois anos de pandemia foram fundamentais. É importante que os enfermeiros tomem mais consciência de como se devem posicionar no âmbito da Saúde”, afirmou João Formiga, garantindo: “no HDS encaramos a enfermagem como o privilégio de prestar assistência aos nossos utentes em todos os momentos.”
“A importância dos enfermeiros na pandemia prendeu-se, não só com os cuidados e da linha da frente – porque a linha da frente foi, sem dúvida fundamental – mas com tudo quanto é trabalho de bastidores, de organização e gestão de circuitos, de doentes, e em todos os níveis de cuidados, seja nos cuidados hospitalares seja nos cuidados primários, seja na rede nacional de cuidados continuados. Todos tiveram um papel extremamente importante na definição daquilo que eram as medidas que nos permitiram chegar aqui hoje e que permitem termos já uma liberdade diferente do que tínhamos há um ano atrás”, afirmou ao nosso jornal.
“Os dois anos de pandemia”, continuou, “marcaram, serviram para aprendermos cada vez com o que pode vir, e o futuro provavelmente trará outro tipo de afecções semelhantes a estas, mas estes dois anos também permitiram solidificar conhecimentos, formas de estar e de encarar os cuidados de saúde que vão sempre dar-nos vantagem para qualquer desafio com que nos possamos deparar no futuro”, concluiu.
O Dia Internacional do Enfermeiro, celebrado a 12 de Maio, foi criado pelo Conselho Internacional dos Enfermeiros e a data escolhida remete para o aniversário de Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna.