O Bar do Teatro Sá da Bandeira acolheu, no dia 27 março, Dia Mundial do Teatro, a apresentação do livro “Voz Própria. Jorge Ginja e Mário Viegas. Poesia. Resistência e Liberdade”.

O vila-realense Jorge Ginja, e o escalabitano Mário Viegas, conheceram-se em finais de 1968, no Teatro Universitário do Porto, e a ligação comum ao teatro e à poesia foi responsável por esta amizade. Em 1970 Jorge Ginja foi convocado para o serviço militar, como oficial médico, e levou para Cabinda (Angola), textos ditos pela voz de Mário Viegas, gravados em bobine, numa altura em que a poesia também era uma arma. A gravação incluía poemas de autores proibidos pelo regime de Salazar, como O’Neill, Neruda, Brecht ou Ary dos Santos.

Este livro reúne 49 textos de diferentes autores, como Alexandre O’Neill, José Carlos Ary dos Santos e Manuel Alegre e 2 CD com a voz de Mário Viegas a dizer poesia seleccionada por Jorge Ginja, gravação essa com mais de 50 anos e que Jorge Ginja levou para a guerra colonial.

Na sessão de apresentação do livro “Voz Própria. Jorge Ginja e Mário Viegas. Poesia. Resistência e Liberdade” Manuela Jorge, que fez uma breve explicação sobre a obra, como surgiu, significado e sobre o envolvimento político e cultural de Jorge Ginja, contou com Nuno Domingos, vereador da autarquia escalabitana com o pelouro da cultura, que falou sobre alguns episódios curiosos que partilhou com Mário Viegas e do seu percurso a partir de Santarém, João Ribeiro da Silva, da Direção Regional de Cultura do Norte, e Jorge Custódio que deu o seu testemunho sobre Mário Viegas e o papel da poesia enquanto “arma” da paz.

Estiveram presentes Hélia Viegas, irmã de Mário Viegas, Catarina Ginja e seu irmão, filhos de Jorge Ginja, autarcas do concelho, entre muitos outros, que desejaram homenagear Mário Viegas.

Para terminar o Dia Mundial do Teatro e como culminar um mês de programação cultural dedicado a esta arte, Diana Narciso, Matilde Jalles e Rita Delgado subiram ao palco para apresentar, diante de uma sala cheia, a peça “As Estrelas Que Hoje Vemos Já Morreram Há 100 anos”.

Nesta as leis da física cruzam-se com a ficção e operam de maneira insólita: espaço e tempo reorganizam-se perante a força exercida pela dinâmica relacional gerada entre três mulheres (Maria, Olívia e Joana), convidando a plateia a reflectir sobre laços maternos, intimidade, individualidade, ciclos e interdependência e do reflexo destas ligações na vida de cada uma delas.

Leia também...

União de Freguesias inaugura Centro Interpretativo de Casével

A União de Freguesias de Casével e Vaqueiros inaugurou esta sexta-feira, 9 de Julho, o Centro Interpretativo de Casével, numa cerimónia que contou com…

Igreja de São João de Alporão volta a abrir ao público

Após mais de uma década encerrada, a Igreja de São João de Alporão, em Santarém, reabre as suas portas amanhã, dia 22 de Novembro,…

Janela Manuelina vai ser “limpa” em obra de 1ME no Convento de Cristo

A Janela Manuelina do Convento de Cristo, em Tomar, vai sofrer obras de intervenção e restauro, numa empreitada de um milhão de euros, a…

Grupo Académico de Danças Ribatejanas em Lisboa

O Grupo Académico de Danças Ribatejanas, de Santarém, participa na próxima terça-feira nas comemorações do “25 de Abril”, promovidas pelo Gabinete do Primeiro- Ministro,…