2018 está por um fio. 2019 traz consigo o nosso ano 128. Um fio condutor que nos liga, entre o passado, o presente e o futuro de que todos somos feitos.

O Correio de um Ribatejo que quer voltar a ganhar força e que já foi ‘Extremadura’, entrará, a 1 de Janeiro, no ano em que assinalará o seu 128.º Aniversário, aos primeiros raios de um sol de Abril, Primaveril.

Fechar um ano é olhar para trás e fazer as contas entre um deve e um haver de emoções. Ser Jornal é isso mesmo: rir e chorar com quem ri e chora à nossa volta, nesta e em todas as vidas. Acompanhar de perto os anseios e as revoltas de uma comunidade, quem nela se destaca pela positiva, quem contribui para o bem comum, quem “se vai da lei da morte libertando”, pela grandeza de princípios com que norteia o seu gesto, no seu tempo.

Procurámos, ao longo destes 365 dias, trazer à estampa intérpretes de um Ribatejo que amamos e bendizemos. Homens e Mulheres que se destacaram, sempre pela positiva, porque é por aí que vamos, em detrimento de uma linguagem sensacionalista que nos poderia trazer mais leitores, é certo, mas afastar-nos-ia desse fio do tempo que João Arruda iniciou e que Virgílio Arruda e Bernardo de Figueiredo prosseguiram.

Cumprimos, mais um ano, o orgulhoso desafio de nos mantermos no restrito lote dos Jornais Centenários em plena actividade e sem nenhuma interrupção ao longo da nossa longa e apaixonada existência.

Um Jornal que assistiu ao derrube do regime monárquico e à instauração da República, testemunhou duas guerras mundiais, viveu tempos de ditadura e de democracia, sempre com a honrada missão de informar e de formar, escrito por diferentes mas uníssonas penas, com o impagável contributo de largas dezenas de colaboradores que aqui têm deixado a sua marca, desde o nosso primeiro número.

Somos cais de poetas, de escritores, de pensadores que connosco fazem a leitura apaixonada desta região através do tempo, em diferentes tempos.

Assumimos o elo que nos liga ao passado por entendermos que ajudamos a construir o Jornal que foi fundado a 9 de Abril de 1891 e não apenas aquele que ‘herdamos’ das mãos sábias dos nossos antecessores. Cada um de nós, à sua maneira, em tempos e desafios diferentes, demos o nosso melhor para que este sonho da família Arruda se estendesse neste fio temporal de tinta preta que rega as nossas páginas com letras assertivamente reunidas em palavras de verdade, que se unem em frases eloquentes e se completam em persuasivos parágrafos, dando corpo a textos e a páginas que encadernamos com amor e carinho e que acrescentamos, semana a semana, fiéis ao ritmo que nos viu nascer e que mantemos desde a primeira hora.

E é nessa conduta de seriedade e de transparência no relacionamento com todos os agentes políticos, sociais, culturais, desportivos e económicos que prosseguimos o nosso caminho e assim entramos num novo ano, numa nova esperança.

Os Jornais neste papel em que vos escrevo não podem estar condenados.

Tudo faremos – fica a promessa – para que o Correio do Ribatejo continue a ser lido neste formato, muito embora saibamos que é cada vez mais difícil convencer um jovem a pegar-lhe.

Por isso mesmo, há muito que este título apostou, igualmente, nas novas ferramentas da informação, marcando encontro com esses jovens nas redes sociais, nas Aplicações, no nosso sítio deste mundo global que nos torna a todos uma gota de água num oceano digital.

2019 chegará com um mundo às avessas. Com incertezas de vária ordem e constantes desafios, mas manter-nos-emos firmes com a nossa intenção de estarmos cá para sermos os primeiros a dar a notícia, do que para nós for efectivamente notícia.

Sabemos que manter esta vocação de formar novos e bons leitores tem os seus riscos e poderá deixar-nos, por assim dizer, a ‘falar sozinhos’, com esta nossa fixação de que no jornalismo não vale tudo.

Essa leitura fazemo-la agora quando medimos as audiências de uma notícia sensacionalista que normalmente se vira para a desgraça alheia e nos traz milhares de leitores. Ao invés, textos que produzimos, nomeadamente na área da cultura, ou sobre quem contribui, de forma efectiva, para acrescentar riqueza, de toda a ordem, a este apressado mundo, ficam-se pelas dezenas.

Apesar de tudo, assumimos o risco de ser o Jornal das associações culturais da nossa região, das colectividades, dos velhos e novos pensadores que se misturam neste nosso tempo, que já vai longo, porque sempre houve quem o preferisse e estimasse, incentivando-nos a continuar.

É para esses, os nossos fiéis leitores, parceiros, anunciantes e fidelizados assinantes que trabalhamos no dia-a-dia, mesmo contra a corrente, mas assumindo o sonho, tornado realidade, de João Arruda.

Em 2019 continuaremos a ser isso mesmo: fiéis a nós próprios.

A todos os nossos seguidores, um Feliz e Próspero Ano Novo!

João Paulo Narciso

4.º Director do Correio do Ribatejo

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