Empresas que desenvolvem atividades turísticas na albufeira da barragem de Castelo de Bode, aderiram ao processo de certificação Biosphere Portugal e têm “muita esperança” na procura interna no próximo verão.
O presidente da Associação dos Empresários de Turismo do Castelo de Bode (AETCB), Jorge Rodrigues, disse que oito empresas associadas iniciaram a formação da certificação Biosphere promovida pela Confederação de Turismo de Portugal, estando já a adquirir ferramentas úteis para a gestão das unidades.
Com uma duração de 24 meses, a formação, que culminará com a adoção de um conjunto de normas de sustentabilidade, no seu sentido abrangente, está, nesta fase inicial, “mais focada na gestão, organização e no marketing digital”, o qual é, para o presidente da AETCB, fundamental para comunicar o negócio.
“Esta certificação ajuda-nos neste momento em que é preciso reagir e ajuda-nos a melhorar a qualidade”, disse.
Sublinhando que a oferta proporcionada pela albufeira de Castelo de Bode tem a vantagem de estar no interior do país, numa zona de baixa pressão populacional, Jorge Rodrigues afirmou haver “muita esperança” na procura nos meses de julho e agosto e “alguma expectativa” no mês de junho.
Estendendo-se ao longo de 60 quilómetros – nos concelhos de Tomar, Abrantes, Sardoal e Ferreira do Zêzere, a zona é tradicionalmente procurada pelo mercado interno, o que a AETCB espera que se intensifique com as restrições impostas ao setor do turismo devido à pandemia da covid-19.
As restrições impostas no país desde meados de março tiveram impacto na forma como a própria formação passou a ser dada – com várias sessões em formato ‘online’ – e nos conteúdos, estando as oito empresas que iniciaram o processo a aprender “quais as alterações necessárias para que não haja qualquer risco” e as pessoas possam fazer férias em total segurança, disse.
Até alcançarem a certificação Biosphere Portugal, as empresas e os profissionais do setor passam por um processo de capacitação e qualificação tendo por objetivo virem a adotar um conjunto de normas que os comprometem a promoverem o turismo sustentável, nomeadamente com a gestão eficiente dos recursos.
Referindo as oito empresas que já aderiram ao processo, a associação salienta a importância da adesão de mais empresas, “para que se consiga o objetivo de certificação do Castelo de Bode como destino sustentável”.
Jorge Rodrigues afirmou que a AETCB conta com 26 associados, tendo a sua criação, há cerca de três anos, tido um papel que “muito tem ajudado estas pequenas empresas”.
A associação acredita que a adesão ao processo de certificação Biosphere permite uma “antecipação ao futuro”.
A certificação Biosphere Portugal implica a implementação de práticas ‘standard’ internacionais para um turismo sustentável “e que se aplicam a toda a indústria do turismo como, por exemplo, unidades de alojamento, restauração, atividades de animação turística e outras”, afirma uma nota da AETCB.
“O objetivo passa por qualificar e capacitar individualmente as empresas – mas também todo território – incrementando a capacidade da oferta turística desta região”, preparando-a “para as novas tendências de mercado” e para o que “já é uma realidade a nível de sustentabilidade”, acrescenta.
Já aderiram ao processo a Templar, Rotas e Destinos Turísticos (Tomar), a Loja do Ribatejo Norte (Tomar), a Abreu Rodrigues, Empreendimentos Turísticos – Villa Nova Nautic & Nature Hostel (Tomar), a Alventura (Ferreira do Zêzere), a Segredos da Aldeia – Cabana do Rio (Abrantes), a Bernardo Spínola – ENI, Wakevilla (Tomar) e a Francisco e Adelaide – Tasquinha ao Rio (Abrantes).