Tiago da Neta nasceu em Santarém, em 1982. A sua aprendizagem musical começou com Alexandre Bento em guitarra Jazz, mas seguiu o seu rumo pelo ensino clássico no Conservatório de Música de Santarém com Acácio Resende e mais tarde na Guildhall School of Music and Drama (Londres) onde concluiu os seus estudos com Robert Brightmore e David Miller.

Tiago exerce a sua profissão de professor de Viola Dedilhada e Guitarra Portuguesa nos Conservatórios de Música de Santarém e Caldas da Rainha.

No seu percurso colaborou com Né Ladeiras, com Julian Philips para a ópera “Yellow Sofa” estreada no festival de Glyndebourne, actuou em Londres na National Gallery e St Martin-in-the-Fields com os maestros Pavlo Beznosiuk e Eamon Dougan e no Silk Theatre, Barbican, como músico de palco em “Romeu & Julieta” encenado por Janet Suzman.

Como é que a música surge na sua vida?

Desde acompanhar a minha família no Rancho, a dançar na sala de estar com os meus irmãos, a música esteve sempre presente desde a infância. Na adolescência passava serões a tocar e cantar com a minha irmã que me ensinou os primeiros acordes, os meus amigos também tocavam e formámos uma banda onde eu era o baterista.

Quando é que decide ser músico profissional?

Quando terminei o liceu quis dedicar-me a estudar música, já estava na Orquestra Típica Scalabitana (para ser baterista) e entrei para o Conservatório de Música de Santarém. Foi com o rigor desta formação e, cada vez mais, sentir nesta arte uma forma de expressão, que decidi ser músico profissional.

Quando foi a primeira actuação em público?

Estreei com a Orquestra Típica Scalabitana em Miranda do Corvo com 18 anos, estava bem nervoso! Antes já tinha tocado com a minha banda ou participado em audições no conservatório mas aqui senti o peso da responsabilidade.

Tem algum ritual antes dos concertos?

Antes dos concertos gosto de ter a certeza que tudo está bem: desde a roupa, material e o meu corpo. Não considero um ritual mas não dispenso alguns alongamentos juntos com exercícios de respiração.

Em que é que se inspira para produzir as suas músicas?

De momento o meu repertório é baseado em música tradicional portuguesa, algumas recolhas minhas que uso nas composições eruditas. Aqui é muito um reflexo do meu percurso enquanto músico em que misturo um vira ou verdegaio com uma forma de composição Impressionista ou uma referência Rock que me agrade.

Quais são as suas grandes referências musicais?

A música tradicional portuguesa é uma grande referência. Nos ritmos das danças ou nos intervalos do canto polifónico. O Impressionismo francês ou a clareza de composição do Classicismo são também referências. J. S. Bach é sem dúvida incontornável.

Como concilia a sua carreira docente com os espectáculos?

Julgo que ensinar e partilhar música faz parte de ser músico. Tem de se organizar muito bem o tempo porque exige muita prática o estar preparado para concertos.

Que objectivos tem para o futuro?

Os meus objectivos são tocar cada vez mais regularmente, desenvolvendo os meus projectos e poder tocar, enquanto freelancer, com pessoas que me estimulem.

Qual é a vertente da música que mais gosta e o instrumento de eleição?

A vertente de solista com a minha viola e as minhas composições, sem dúvida.

Com quem gostaria um dia de partilhar o palco?

Gostaria muito de tocar com a Lula Pena e com o Sting. São cantores únicos cuja personalidade está presente em cada palavra.

Quais são os seus hobbies favoritos? Gosto muito de cozinhar, ler, andar de skate e fazer SUP. Por vezes dou por mim também agarrado a instrumentos no tempo livre.

Qual seria, para si, uma viagem de sonho?

Entre muitas viagens que seriam de sonho, destaco a grande rota do Zêzere. Fazer a rota com várias etapas, a caminhar, de bicicleta e de prancha no rio, deve ser uma experiência incrível.

Se pudesse alterar um facto na história, qual seria?

Em 1755 havia uma casa de concertos nova em Lisboa, a Ópera do Tejo. Esta teve críticas muito importantes na sua estreia e inaugurada uns meses antes, não resistiu ao terramoto. Julgo que se não fosse a sua destruição, Portugal talvez tivesse uma importância musical maior na Europa e dessa forma, um público ainda mais conhecedor e receptivo de diferentes gêneros musicais.

Se pudesse participar num filme, qual escolheria?

Eu escolheria ser uma personagem num filme de animação, talvez o Mr. Fox no filme do Wes Anderson!

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