A escultura n.º 1 da Virgem Peregrina de Fátima foi submetida a “um estudo aprofundado” feito por especialistas da Escola das Artes da Universidade Católica, anunciou hoje o santuário.
Segundo o Santuário de Fátima, este estudo “vai permitir perceber a forma como José Ferreira Thedim a criou, a partir da descrição da irmã Lúcia, a mais velha dos três pastorinhos”.
O estudo foi encomendado pelo Museu do Santuário de Fátima e centra-se nos “materiais constituintes do suporte e superfície da escultura n.º 1 da Virgem Peregrina de Fátima, datada de 1947, que se deslocará excecionalmente ao Panamá no próximo mês de janeiro”.
Durante 15 dias, a escultura esteve à guarda do Centro de Conservação e Restauro da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa para ser submetida ao estudo.
“Numa primeira fase desta análise, para perceber o estado de conservação do suporte e detetar intervenções passadas de conservação ou restauro, uma equipa de especialistas realizou fotografias com luz visível, fotografias com luz ultravioleta e radiografia digital”, explica o santuário, em comunicado.
Depois, “para estudar o número e a espessura das camadas de tinta, identificar pigmentos, vernizes e outros materiais utilizados na escultura, foram recolhidas e analisadas micro amostras com o auxílio de infravermelhos e de raios x”, acrescenta.
De acordo com o Santuário de Fátima, o objetivo do estudo não é apenas “o conhecimento dos materiais constitutivos da escultura e da forma como foram trabalhados”.
O santuário quer também “ter uma noção aprofundada de como é que ela se encontra, dado que voltará a realizar, excecionalmente, uma grande viagem até ao Panamá, onde participará na Jornada Mundial da Juventude, em janeiro de 2019”, com a presença do papa Francisco.
Esta escultura “deriva da imagem da Capelinha das Aparições feita em 1920” e foi construída a partir dos relatos da irmã Lúcia.
“Além de consolidar o Santuário de Fátima como um centro de culto internacional, permitiu que o Santuário se aproximasse dos peregrinos de todo o mundo”, sublinha.
No entender do diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, “a virgem peregrina n.º 1 é uma das figuras mais simbólicas do catolicismo contemporâneo”, percorrendo, desde 1947, “os caminhos do mundo”.
Em menos de dez anos, a imagem já tinha passado pelos cinco continentes, sendo que, todos os anos de culto “valorizaram a carga simbólica” daquela que é “talvez a peça artística mais viajada do mundo”, acrescenta o diretor.
Segundo o santuário, esta escultura está “entronizada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima desde o ano 2000, tendo saído em situações absolutamente excecionais, como foi a peregrinação que fez entre 2014 e 2016 pelos mosteiros de clausura e pelas dioceses portuguesas”.